Florianópolis está fora do Mapa do Turismo do Brasil

Florianópolis está fora do Mapa do Turismo do Brasil

A manchete provoca a curiosidade do leitor, que se pergunta: como assim? Não somos uma cidade turística, conhecida mundialmente e um dos principais destinos turísticos do Brasil? Sim, é verdade. Mas Florianópolis está fora do Mapa do Turismo do Brasil, organizado pelo Ministério do Turismo. Faltou à prefeitura da capital enviar dados atualizados.

Na mesma situação estão São José, com o seu belíssimo Centro Histórico, e as praias paradisíacas de Governador Celso Ramos, onde já estiveram hospedados o ex-Beatle Paul McCartney e a cantora Beyoncé.

O Mapa do Turismo foi atualizado em maio. Dos 295 municípios catarinenses, 147 estão no documento. Cidades como Blumenau, Joinville, Imbituba, Bombinhas, Garopaba, Treze Tílias e Gravatal, por exemplo, fizeram o dever de casa. Fizeram o básico, nada mais do que isso, o que já é suficiente.

Agora, estão habilitadas a receber recursos da política pública do Governo Federal ao turismo, investimentos em obras de infraestrutura e oferta de cursos de qualificação profissional. No Brasil, no total, são 2.477 cidades no Mapa.

O Mapa do Turismo existe desde 2003 e Florianópolis nunca deixou de estar nele, e sempre com a nota A, a mais alta. Em 2018, a cidade conseguiu mais de R$ 60 milhões, pois estávamos no nível A no mapa. Era a condição para receber os recursos.

Diz o Ministério do Turismo:

“A participação no Mapa é aberta a todos os municípios brasileiros, desde que observem os critérios estabelecidos em Portaria Ministerial nº 41/2021, construídos em conjunto com as Unidades da Federação. Os estados e o DF podem definir exigências complementares, que devem ser igualmente respeitadas.

Além disso, o município precisa dispor de uma secretaria/departamento para o turismo, Lei Orçamentária, prestadores de serviços turísticos de atividade obrigatória regular no CADASTUR, Conselho Municipal de Turismo ativo, assinar um termo de compromisso e preencher a aba referente a atividade turística dos municípios.

Por fim, devem comprovar a existência de uma instância de governança regional no turismo, como um conselho, fórum, comitê ou associação responsável por sua gestão.”

Enfim, está muito claro que precisamos profissionalizar a gestão do turismo em Santa Catarina e nos municípios, e não servir de trampolim político. Precisamos de projeto, governança, planejamento estratégico, plano de ação de longo prazo para saber onde se quer chegar nos próximos 30 ou 40 anos, e não somente nas próximas eleições.

A prefeitura de Florianópolis informou que ainda está fazendo o “levantamento dos dados”.

A prefeitura de São José diz que “há um plano de turismo que foi desenvolvido em parceria com o Sebrae” e que este será entregue oficialmente quando São José entrar no mapa.

A prefeitura de Governador Celso Ramos “comunica que há uma secretaria municipal de Turismo e Eventos trabalhando para corrigir um atraso do envio da documentação online, e que este atraso se deve à formação do Conselho Municipal de Turismo, o CONTUR. Tão logo o CONTUR estiver formalizado, a Prefeitura vai aplicar a mesma metodologia e plano de trabalho que dá certo com o Programa Bandeira Azul, vencedor por mais sete temporadas. Então, são somente ajustes técnicos”.