02 jun Mais bicicletas nas ruas = Mais vendas para lojistas
Os anúncios das prefeituras sobre a retirada de vagas de automóveis para a instalação de ciclovias ou a ampliação das calçadas são recebidos, na maioria das situações, com receio pelos empreendedores que possuem negócios nas ruas abrangidas pelas mudanças. A preocupação entre esses comerciantes é que, sem a facilidade de estacionar os carros em frente a seus cafés, lojas, restaurantes e farmácias, por exemplo, haverá redução na comercialização, perda de clientes e prejuízos. No entanto, estudos recentes sobre o tema revelam que ocorre exatamente o oposto, com uma maior circulação de pessoas no local e, consequentemente, mais vendas.
“Toda vez que uma região é transformada para ficar mais amigável para uma mobilidade ativa (caminhar e pedalar), ela deixa de ser um ponto de passagem e passa a ser um destino”, assinala o coordenador do Somos Cidade, empresário e fundador e presidente de honra da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit), Felipe Cavalcante. Ele acrescenta que as vias fechadas para os veículos possuem maior comercialização por metro quadrado de varejo que as ruas tradicionais. “Os turistas, assim como os moradores, gostam de ir nesses lugares, porque eles viram um passeio, um programa, conquistando mais público”, detalha.
Ao tornar um espaço atraente para quem anda a pé ou de bicicleta, diminuindo o ritmo de vida em um bairro, os visitantes demoram e param mais vezes nos estabelecimentos dessa comunidade, complementa a diretora de Programa da organização sem fins lucrativos Strong Towns, Rachel Quednau, em artigo. Segundo ela, pouco tempo após o redesenho das vias, os residentes estarão caminhando ou pedalando regularmente pela área para ver o que há de novo. A diretora reforça também que um número crescente de municípios está fazendo essa transição, tirando o protagonismo dos automóveis no planejamento urbano, devido à conscientização sobre os impactos positivos que as ciclovias podem ter e a prosperidade que essa modificação pode proporcionar.
Ruas projetadas para atender a todos os usuários – incluindo ciclistas, pedestres e quem utiliza o transporte público – resultam em menos carros rodando, redução dos congestionamentos e das emissões de gases de efeito estufa e melhoria da qualidade do ar e sonora e do bem-estar dos habitantes. Em geral, essas vias contam com propriedades com valores mais elevados e taxas de vacância menores, destaca o artigo de Rachel na Strong Towns.
(Confira a matéria completa em Movimento Somos Cidades, 01/06/2023)