Servidores de prontidão pela Casan

Servidores de prontidão pela Casan

Funcionários da estatal param hoje para discutir as municipalizações do abastecimento de água
Os servidores da Casan ameaçam iniciar uma greve caso o governo não tome uma medida firme para frear o processo de municipalização e privatização do abastecimento de água em Santa Catarina.
Hoje trabalhadores de todo o Estado fazem um dia de paralisação para debater o assunto. Está marcado para às 9h um ato em frente a Assembleia Legislativa e são esperados mais de 20 ônibus trazendo servidores de todas as regiões.
Para os representantes do Sindicado dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de Santa Catarina (Sintaema), as recentes decisões de prefeitos de romperem o contrato em vigência com a Casan, como ocorreu em Chapecó, acabarão levando a empresa a falência. A consequência imediata deste processo, na avaliação dos sindicalistas, será o início de demissões. Para o Sindicato, o discurso em favor da municipalização não se comprovou na prática, porque as prefeituras não teriam capacidade de endividamento, o que compromete os investimentos na área do saneamento básico.
– Os números mostram que as cidades que romperam com a Casan não avançaram na implantação do sistema de esgoto. Os prefeitos querem a receita gerada pela água, mas não conseguem dinheiro para construir a rede de coleta e tratamento de esgoto – destaca o diretor de Finanças do Sintaema, Mário Dias.
Ele destaca que a Casan vem avançando na implantação da rede de saneamento básico em várias cidades onde mantém contrato, com recurso de financiamentos e iniciativas como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Além disso, a empresa está prestes a assinar um contrato de financiamento de cerca de R$ 500 milhões com a Agência Japonesa (JICA).
– Queremos jogar a responsabilidade para o governo, para os deputados e para o Judiciário. Desde 2002 o processo de municipalização da água vem crescendo, e o que fez o Estado? – questiona Dias.
Ontem, servidores da Grande Florianópolis se reuniram na Assembleia Legislativa para começar a debater a questão. Cerca de 200 trabalhadores lotaram as galerias do plenário, enquanto que uma comissão do Sindicato percorreu os gabinetes dos deputados. A ideia é avançar na discussão de propostas como a criação de uma Agência Reguladora Estadual e um modelo de gestão associada da água entre Estado, União e municípios.
(DC, 09/12/2009)