21 mar A maioria silenciosa e o Plano Diretor
Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 21/03/2023)
O prefeito Topázio Neto (PSD), que encaminhou o projeto de revisão do Plano Diretor à Câmara de Vereadores em setembro do ano passado, disse que o texto não significa a solução dos problemas, mas que é um “marco histórico” para descomplicar a cidade. Ele considera que o projeto de revisão tem ferramentas para um modelo mais justo e inclusivo, com bairros autônomos que garantam mais qualidade de vida e projetos de habitação de interesse social.
“O projeto poderia ser mais arrojado e futurista, mas no momento é o melhor plano possível de ser aprovado.
O Plano Diretor atual não combina com a cidade e não dá segurança jurídica para quem quer investir”, afirmou Topázio, lúcido sobre expectativa/realidade e sobre o quanto a lei atual é prejudicial à cidade.
“Tem uma Florianópolis invisível, cheia de problemas que têm que ser enfrentados”, disse o prefeito. Ele citou, por
exemplo, as mais de 20 mil famílias que vivem abaixo da linha de pobreza e que precisam de perspectivas. Ele também criticou, com propriedade, a “minoria barulhenta” que nos últimos meses tem procurado barrar o processo de várias formas com o objetivo de impedir a revisão da lei municipal. É um grupo – e a coluna já pontuou diversas vezes nesse sentido – que age com base numa pauta ideológica que paralisa a Capital.
No manifesto divulgado ontem, o movimento Floripa Sustentável fez um desabafo pela “autonomia” da cidade para definir seu destino e aplaudiu o Poder Judiciário e o Ministério Público de Santa Catarina que têm garantido essa prerrogativa. Em outras palavras, agradeceu o respeito à “maioria silenciosa” que não pode correr o risco de se tornar refém e ser prejudicada, mais uma vez, por segmentos minoritários que só pensam em obstruir a pauta.