Beira-Mar Norte ainda sonha com balneabilidade 4 anos após obra milionária em Floripa

Beira-Mar Norte ainda sonha com balneabilidade 4 anos após obra milionária em Floripa

Da Coluna de Renato Igor (NSC, 06/03/2023)

O morador de Florianópolis, mesmo após quatro anos do início da operação da Unidade de Recuperação Ambiental (URA) da Casan na avenida Beira-Mar Norte, está sem perspectiva de que a localidade tenha condições de balneabilidade. Após promessas de políticos de que seriam possíveis banhos em águas límpidas na baía norte, o fato é que a obra, que custou R$18 milhões em 2019, ainda não atingiu o seu objetivo.

Agora, a Casan acena com a necessidade de outras intervenções físicas para se chegar às condições de banho. No último relatório de balneabilidade do Instituto de Meio Ambiente (IMA), todos os três pontos de coleta apresentaram condições impróprias para banho. A companhia dá sinais de que a situação atual se deve aos 52 anos de assoreamento do local, com sedimentação de materiais e a formação do lodo no fundo do mar.

Uma das possibilidades apontadas é a retirada mecânica deste lodo. Até o alargamento da faixa de areia está no radar como solução. O projeto da marina da Beira-Mar Norte prevê aterro. Seria importante que Casan, prefeitura e a empresa que fará a obra, ao lado de especialistas, discutam o tema de forma colegiada.

A URA foi criada para tratar o que é captado pela rede pluvial e as ligações irregulares de esgoto conectadas a ela. De fato, desde a instalação do equipamento, melhorou muito o aspecto e o cheiro da água e houve uma retomada da atividade de pesca e da vida marinha.

Segundo a Casan, o equipamento impediu o lançamento de cerca de 10 bilhões de litros de esgoto sem tratamento na Beira-Mar e houve a redução de 43% na média de coliformes fecais na Beira-Mar em relação ao período de 2016 a 2018.

Um dos obstáculos da URA é que em tempos de chuva ela é obrigada a abrir as tampas que evitam que o esgoto oriundo das galerias pluviais chegue ao mar. O sistema não resiste a um volume tão grande de água.

A Casan não fala mais em prazo para garantir a balneabilidade da baía norte.