São José vai ganhar jardim botânico

São José vai ganhar jardim botânico

São José vai receber o primeiro jardim botânico de Santa Catarina, dentro do futuro Parque dos Gaturamos, no bairro Potecas. O parque será instalado em uma área de 64 hectares em um terreno doado pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) ao lado de uma lagoa de tratamento de esgoto.

O Parque dos Gaturamos (nome de um pássaro típico da região) terá como modelo o Jardim Botânico e o Parque do Barigüi de Curitiba (PR). Haverá uma estufa para o cultivo de bromélias e espaço para outras espécies nativas, como ipê, jerivá e aroeia. O projeto prevê também a construção de área de lazer, com ciclovia, pista de motocross, trilha ecológica, quiosques, restaurantes, mirante, estacionamento e um lago artificial.

Educação

O espaço será aberto à visitação pública e abrigará projetos de educação ambiental junto a escolas da cidade. “A idéia é envolver a comunidade na conservação e manutenção dessa área porque as pessoas só cuidam do que amam e consideram importante para suas vidas”, diz o superintendente da Fundação Municipal do Meio Ambiente (FMMA), Sílvio César dos Santos Rosa.

A licitação para contratação da empresa que construirá o Parque dos Gaturamos foi aberta ontem. A Prefeitura quer inaugurar o espaço em 19 de março de 2008, dia em que a cidade comemora seu aniversário de 258 anos. O líder comunitário de Potecas Zulmar Kamers diz que o bairro “deixou de ser a terra do lixo e do descaso”.

“Além de embelezar o bairro, vai trazer mais segurança para nós”, opina, referindo-se à instalação de uma base operacional da Polícia Militar (PM) no local, prevista no projeto. No entorno do Parque dos Gaturamos, haverá espaço destinado à construção de casas. Segundo o prefeito Fernando Elias, tal medida serve para “evitar que ele se torne um local ermo e de consumo de drogas”.

Mau cheiro deve acabar em bairro

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) promete re-solver até o fim do ano um problema que aflige a co-munidade de Potecas, em São José, há cerca de 13 anos: sentir cheiro de “ovo podre” pelas ruas do bairro. É assim que o líder comunitário Zulmar Kamers define o odor que vem da Lagoa de Estabilização da Casan, que serve para tratamento final do esgoto de São José e da região continental de Florianópolis. “O cheiro é esporádico e ocorre quando há bombeamento do es-goto para a lagoa. Mas agora vai melhorar”, acredita.

O projeto da Casan prevê a cobertura da lagoa e a queima do gás sulfídrico, que é liberado pela decomposição de matéria orgânica e causa o mau cheiro. No futuro, explica o diretor técnico da companhia, o gás deve ser usado para gerar energia para o Parque Ambiental dos Gaturamos, que será criado em terreno vizinho.

“Vamos estudar junto com universidades a melhor maneira de fazer isso. O mau cheiro está com os dias contados”, afirma.

As melhorias devem custar R$ 5 milhões, com recursos próprios da Casan. De acordo com o engenheiro sanitarista da Casan Nélson Bittencourt, a intenção da companhia é começar as obras em julho e terminar em dezembro.

O líder comunitário Kamers estima que a obra beneficiará entre oito e dez mil pessoas. Já o presidente da União Josefense das Associações de Moradores (Ujam), Cássio Martins, credita a execução da obra à luta do movimento comunitário da cidade. “Marcamos uma audiência pública no ano passado e hoje vemos que deu resultado”, diz.

(A Notícia, 28/03/2007)