23 jan Saneamento em SC exige pacto social para sair de realidade vergonhosa
Não é possível que um Estado pujante como é o catarinense apresente dados tão vexatórios de saneamento e de balneabilidade.
Da coluna de Renato Igor (NSC Total, 21/01/2023)
Santa Catarina precisa de um grande pacto social para o saneamento. A assertiva opinião é de Paulo Horta, do Departamento de Botânica da UFSC. Tem razão o professor e pesquisador. Precisamos unir academia, empresários, órgãos de controle e as três esferas (União, Estado, municípios) para estabelecermos um plano de ação integrado e a busca de consensos.
Não é possível que um Estado pujante como é o catarinense apresente dados tão vexatórios de saneamento e de balneabilidade. E o problema não é apenas falta de recursos. Eles inexistem, verdade, para suprir o tamanho da demanda, mas não é só isso. Há inúmeros casos de uma burocracia interminável para tirar as obras do papel e, principalmente, a falta de convergência impede o andamento de projetos.
O caso mais emblemático é o da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Rio Tavares, Sul da Ilha, em Florianópolis. A obra foi suspensa inúmeras vezes, a cidade e a Casan ainda não sabem o que fazer com o destino do efluente tratado. Não se aceita o lançamento nem no Rio Tavares e, agora, tudo indica que o volume tratado será despejado na Baía Sul. O emissário submarino é rejeitado e , enquanto isso, o esgoto in natura é jogado diretamente no meio ambiente. Um desastre.
Ao contribuinte não importa se a empresa é estatal, municipal ou privada: ela precisa ser eficiente. Superar o corporativismo é importante. O Marco do Saneamento é um avanço que busca a parceria necessária com o setor empresarial. Cabe à agência reguladora a fiscalização dos contratos.
— Precisamos desarmar as instituições e colaborar de forma coletiva para ter sucesso — Disse o biólogo.