15 jun Os desafios para a integração da Região Metropolitana
Artigo de Leo Mauro Xavier Filho
Empresário do setor na grande Florianópolis
Um dos principais motivos para tantos moradores da Região Metropolitana de Florianópolis (RMF) ainda seguirem com o sonho do carro próprio é conseguir mais celeridade, autonomia e segurança. O crescimento desordenado de nossa região priorizou o transporte individual, fomentando esse desejo. Se dentro dos próprios municípios pode ser um desafio utilizar diariamente o transporte coletivo, imagine quem se desloca entre eles na região metropolitana.
Esta falta de planejamento resulta em grandes perdas para a população e para a economia. O que está em jogo é a qualidade de vida, as horas no trânsito e a viabilidade de milhares de empregos. Na RMF, muito além da existência ou falta de melhores disponibilidades de transporte entre os municípios, os custos de redes que não se integram entre si também impossibilitam a mobilidade de grande parte da população.
Segundo estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), moradores de áreas urbanas comprometem cerca de 15% da sua renda com o transporte urbano, gastando em média cerca de cinco vezes mais em transporte privado do que com o transporte público. O dado comprova o ganho econômico direto que atinge a população no que diz respeito ao transporte coletivo entre cidades – os benefícios ambientais são mais que óbvios nesse caso, já que, quanto menos quantidade de carros nas ruas, melhor.
Um sistema que permita menores tarifas ao viajar no trecho entre a residência e o trabalho pode ser determinante no processo de escolha pelo transporte coletivo. Ao tratar sobre melhores políticas de mobilidade, muitas ações ainda se detém apenas às soluções individualizadas de cada município na RMF. É necessário, portanto, o surgimento de uma liderança capaz de aglutinar os interesses dos vários municípios. É uma tarefa do governo estadual, que não tem conseguido suplantar as dificuldades de planejamento e operação necessários. E as lideranças municipais precisam de protagonismo nesse processo. As ações apenas funcionarão com a colaboração de todos os interessados na elaboração de uma pauta comum.
É imperativa a necessidade de uma mudança nesta organização, onde a qualidade e a segurança são aspectos fundamentais para a população passar adotar esse meio de transporte diariamente.
(ND, 15/06/2022)