Obra do Centro Histórico de Florianópolis vai passar por análise de órgãos de patrimônio

Obra do Centro Histórico de Florianópolis vai passar por análise de órgãos de patrimônio

Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 12/05/2022)

A Prefeitura de Florianópolis vai fazer mais ajustes ao projeto de revitalização da ala leste do Centro Histórico e enviar a nova versão para análise do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), FCC (Fundação Catarinense de Cultura) e Sephan (Serviço de Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Município de Florianópolis).

“Diante da necessidade de continuidade das obras, o caminho mais prudente é fixar um prazo para que os responsáveis se manifestem”, afirmou o desembargador Paulo Henrique Moritz Martins da Silva, do TJSC, em decisão sobre recurso do município contra a suspensão da obra. Ele deu 30 dias para as manifestações. Depois desse prazo, registrou o magistrado, “devem ser retomadas as obras, com ou sem manifestação”.

Na ação que tramita no Tribunal de Justiça, o Ministério Público estadual alegou que diversos bens localizados na área são tombados e protegidos pelo relevante valor histórico e cultural e que não teriam sido cumpridas as exigências legais de consulta e aprovação pelos órgãos competentes.

No centro da polêmica, está a retirada, mesmo que parcial, dos paralelepípedos do entorno da praça 15. O prefeito Topázio Neto (sem partido) disse nesta quinta-feira (12) que a nova versão do projeto vai preservar “a maior parte” das pedras históricas.

“Apesar de ser uma interferência, considero que o caráter da revitalização é preponderantemente positivo, pois também ocasionará melhorias na visibilidade da região”, afirmou o desembargador. Moritz pontuou que “a infraestrutura da cidade precisa se adequar à necessidade da população sem que a proteção dos bens históricos seja obstáculo” e que “a análise precisa ser proporcional e razoável, rente à realidade”

“Ainda assim”, escreveu Moritz, “há uma esfera técnica que também deve ser considerada e, por isso, não há como deixar de encaminhar o projeto à análise dos órgãos competentes”.