Meio Ambiente: ministério e laranjas

Meio Ambiente: ministério e laranjas

“É isso aí. Como a gente achou que ia ser. A vida tão simples é boa. Quase sempre… Os passos vão pelas ruas. Ninguém reparou na lua. A vida sempre continua. E eu não sei parar de te olhar… Há quem a credite em milagres. Há quem cometa maldades. Há quem não saiba dizer a verdade…Um vendedor de flores…”
(Ana Carolina)

O mundo se desenha se transforma e se constrói a partir de pessoas que nascem, atuam, prosperam e fenecem num sítio determinado, o Município. O homem é o ambi­ente que assumiu a consciência. Tudo é sistémico, holístico, quânti­co e não desmembrável tudo está ligado a tudo. Por isso, nesta sem­ana comemorativa do Meio Ambiente (data símbolo: 05 de junho), faz-se necessário externar uma súplica: CONSUMO CON­SCIENTE do Meio Ambiente.

Nossa cidade, razão da nossa emoção, está localizada no parale­lo 27° sul, numa posição de equiv­alência entre o Rio de Janeiro e Buenos Aires, no centro de um cír­culo de onde em pouco mais de 2 horas de vôo se alcança as maiores metrópoles da América do Sul (Buenos Aires, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro). Adicionado a isso, Florianópolis tem 436 Km2 de área, sendo 12 Km2 na parte Continental. Quando se fala em Florianópolis, fala-se em Ilha e Continente. Vejam! Considerando somente a Ilha, na direção Norte-Sul tem-se 54 Km de comprimento e na direção Leste-Oeste tem-se 18 Km de largura e um perímetro de 172 Km, distribuídos por cerca de 100 praias e 12 outras ilhas no entorno. Florianópolis é hoje o objeto do desejo.

Efetivamente, para defender o Meio Ambiente, além dos órgãos de coerção Federal (IBAMA) e Estadual (FATMA), a Ilha e parte do Continente têm o privilégio de dispor de uma Fundação (FLO­RAM), entidade pública, sem fins lucrativos, instituída pela Lei Municipal 4.645 de 21 de junho de 1995.

Dado o panorama, sabe-se que há necessidade de real­izações de tarefas fundamentais, como por exemplo, transformar a nossa urbe num lugar melhor para se viver, em respeito à própria memória de Florianópolis cuja lig­ação com o mar vem desde as chegadas das primeiras Caravelas que aqui aportaram atraídas, entre outras coisas, pelo cheiro natural e agradável emanados dos nossos “aprováveis” laranjais.

Está patente aos olhos dos poderes constituídos que a so­ciedade está atenta ao meio ambi­ente, mas ainda não colabora como deveria resiste em alterar seus hábitos, sobretudo porque vê exemplos abomináveis no dia-a-dia e não está (não se sente) com força e “tesão” para fazer frente aos “violentos” interesses (escopo, natureza, importância). Neste instante faze-se eco ao que diz Aristóteles da história grega “Onde as leis não constituem a instância suprema, pululam os demagogos”. Particularizando, é preciso desven­dar mistérios e reciclar conceitos! Você sabia que: 1) A Cidade* Capital Catarinense tem 405 mil habitantes, sendo que 15% deles (60 mil) vivem em mais de 60 áreas de risco pressionando o Meio Ambiente, tal como o consumo dos RICOS ? 2) As Áreas de Preservação Permanentes (APP’s) são não edificáveis; as Faixas Marginais de Rios são APP’s; e os Terrenos de Marinha possuem lim­itações de uso ? 3) Os símbolos de Florianópolis são três: a árvore “Cuarapuvu” (LEI 3771/92); a ave “Martim Pescador Verde” (f,Kl 3887/92); e a flor “Laelia Pur-purata” (LEI 7037/06) ? 4) Existe um Disque Denúncia para aten­dimento a todo tipo de agressão ao Meio Ambiente, inclusive, de Poluição Sonora (32348483)?

Leitores! O mundo é um “llnum”, um “Totum”, um “Quan­tum”, um “Sistema” e um “Psychicum”, por isso, numa visão prospectiva, a natureza é para durar e servir, devendo responder a um conforto material.

É isso ai – todos por uma urbe tropical legal, com máxima felicidade das pessoas.

Artigo de Marco Aurélio Abreu – Engenheiro Civil, Escritor e Mestre em Administração (O Estado, 08/06/2006)