19 jun Florianópolis vai lançar nova campanha para desestimular esmolas nas ruas
Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 18/06/2023
A Secretaria de Assistência Social de Florianópolis vai começar a fazer uma pesquisa, nas próximas semanas, para ter uma radiografia atualizada sobre os moradores em situação de rua.
A ideia é saber quantos são, de onde vêm e os motivos que levaram essas pessoas a dormirem nas calçadas, ao relento.
De acordo com o secretário Leandro Lima, que assumiu o cargo há pouco mais de um mês, as informações vão permitir a adoção de “estratégias mais adequadas”. Hoje, a estimativa oficial é que existam cerca de 1.600 pessoas morando nas ruas da Capital.
A prefeitura vem discutindo ajustes nos programas relacionados a moradores em situação de rua. Lima adianta que um dos objetivos iniciais é mudar “a característica” do trabalho executado na passarela Nego Quirido para não só acolher essa população, mas emancipá-la.
“Não é possível que não se vislumbre uma porta de saída”, afirma o secretário, que fala em oficinas de trabalho para capacitação profissional e resgate da escolaridade.
Também deverá ser lançada uma campanha de conscientização para desestimular as esmolas nas ruas, especialmente nos semáforos. “Esse tipo de caridade mantém as pessoas na rua, e longe dos programas oficiais de atendimento”, afirma Lima.
O secretário também considera essencial uma mudança da legislação para que seja possível a internação involuntária de homens e mulheres que sejam dependentes de drogas, lícitas e ilícitas, e que não tenham mais condições de decidir por conta própria. Acredita-se que 80% dessa população esteja nessa situação.
O modelo adotado em Florianópolis entrou novamente em discussão depois da morte de Simon Bertolo, aos 41 anos, supostamente por hipotermia na rua Anita Garibaldi.
O gaúcho já havia passado por 24 atendimentos da equipe da assistência, e rejeitado acolhimento – o que descartaria omissão por parte da rede de monitoramento do município.