Praça Forte São Luís será inaugurada no aniversário da Capital

Praça Forte São Luís será inaugurada no aniversário da Capital

A Praça Forte São Luís, na esquina da Avenida Beira-Mar Norte com a Avenida Mauro Ramos, no Centro de Florianópolis, será inaugurada na quinta-feira, 23, aniversário da capital catarinense. O local foi adotado formalmente pelo Grupo Habitasul – que em Santa Catarina empreende desde 1980 no bairro planejado de Jurerê Internacional, no Norte de Florianópolis – em evento realizado no dia 7 de setembro de 2022.

Além da construção, o Grupo Habitasul ficará responsável pela manutenção da praça pelo período de cinco anos, numa Parceria Público-Privada em que não há gasto público nem para as obras nem para a conservação. A adoção ocorre através do programa Adote uma Praça, uma iniciativa da FloripAmanhã em parceria com a Prefeitura da Capital, que já revitalizou mais de 100 locais para a comunidade sem a necessidade de investimentos públicos.

Vista panorâmica do local em obras (Foto: Marco Cezar)

Celebração de aniversário

A inauguração, que integra a programação oficial do aniversário de 350 anos da Capital, contará com a presença de autoridades, entidades representativas da comunidade catarinense e da população, que ouvirão o Hino Nacional e o Rancho de Amor à Ilha (hino de Florianópolis) na voz do manezinho Luiz Meira, cantarão o “Parabéns pra você” e receberão fatias do bolo de aniversário.

“Para nós do Grupo Habitasul, esse presente representa a retribuição a Santa Catarina e a Florianópolis por ser o lugar onde encontramos, há várias décadas, a oportunidade de desenvolver nossos negócios. Desde então, sempre procuramos contribuir para a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento social e econômico do Estado e da Capital”, afirma Sérgio Ribas, presidente do Grupo Habitasul.

O projeto

O projeto da praça, que tem 2 mil metros quadrados, foi elaborado pelo Escritório JA8, da arquiteta Juliana Castro, e foi doado pelo Beiramar Shopping, que fica em frente ao terreno onde foi realizada a obra. Sobre a concepção, Juliana explica que “o projeto paisagístico pretende criar um lugar capaz de ser referência para moradores e visitantes de nossa cidade. Entendemos que a localização privilegiada da praça nos permite trabalhar com elementos paisagísticos especiais, com plasticidade marcante e que remetem à história do lugar”.

A arquiteta lembra que “sabemos que este sítio já foi mar, abrigou o Forte São Luís da Praia de Fora, foi um lugar de feiras e encontros e passou muito tempo esperando ser novamente ocupado. Queremos dar valor à história de forma não literal. Pensamos que um elemento escultórico pode ressignificar o espaço e ao mesmo tempo homenagear seu passado. O objeto central que projetamos tem a água como destaque. Sua forma circular com caminhamento em direção ao centro representa nossa Ilha rodeada de água por todos os lados e com mais água no centro, seu coração. Propositalmente o objeto cava o solo, levando a mensagem do passado ali guardado”.

Juliana afirma que “neste caminho em direção ao coração, os visitantes podem ler traços da história gravada na pedra que cobre o piso. Além da simbologia que trouxemos para honrar este lugar tão especial, o projeto cumpre o papel de agregador de pessoas. Inclui elementos lúdicos como água em movimento, brinquedos, poltronas confortáveis para olhar o movimento e o belíssimo pôr do sol, bem como muitas árvores nativas de nossa Ilha, para que seja de fato um lugar acolhedor”. A programação completa da inauguração será divulgada no próximo dia 21 (terça-feira).

A história da Praça

O Forte São Luís da Praia de Fora foi construído em 1771, com o objetivo de reforçar a segurança da então Vila de Nossa Senhora do Desterro. A iniciativa ocorreu durante a gestão do governador Francisco de Souza de Menezes (1765-1775). Porém, 68 anos depois, em 2 de dezembro de 1839, a fortaleza foi a leilão, sendo vendida por um “preço menor do que valia a cantaria de seus portões”, segundo conta o historiador catarinense Oswaldo Rodrigues Cabral na obra As Defesas da Ilha de Santa Catarina no Brasil-Colônia.

O comprador tinha o compromisso de demolir a construção, no contexto da Revolução Farroupilha (1835-45), com o receio de que a cidade caísse em poder dos revolucionários. Após a demolição, a área ficou abandonada e, no início do século XIX, adaptou-se ali uma fonte pública, transformando o local em um largo, com área livre para montagens de feiras. O terreno de 50 x 40 metros acabou nas mãos do Exército que, em 2018, o cedeu para a Prefeitura da Capital construir uma praça. Um sonho da cidade de Florianópolis que agora se concretiza pelas mãos do Grupo Habitasul.

(Imagem da Ilha, 17/03/2023)