08 mar Mulher como agente de transformação
Artigo de Zena Becker
Coordenadora de Projetos Especiais e Relação com a Sociedade Civil da Prefeitura de Florianópolis
“Se você não pode medir, não pode gerenciar”, diz a famosa e precisa frase do professor Peter Drucker. E me utilizo dela para poder desenvolver esse texto, usando como “régua” para fazer a medição o artigo que escrevi aqui no ND na passagem do Dia da Mulher em 2022. O que mudou?
Bem, entre os dados que utilizei naquela ocasião estava o de que o Brasil perde para quase todos os países da América Latina em percentuais de participação política de mulheres. Tínhamos então apenas 15% de mulheres na Câmara dos Deputados. Vieram as eleições – e a esperança de aumentar a bancada feminina – mas o patamar continua praticamente o mesmo: 18%. E para completar nossa “medição”: no Senado, o número de mulheres eleitas baixou de sete para quatro. Mudou para pior.
No entanto, para mim, em particular, houve uma mudança de ponto de vista. No Dia da Mulher de 2022 eu estava na coordenação do movimento Floripa Sustentável. Hoje, exercendo uma função na Prefeitura em que a principal missão é o relacionamento com a Sociedade Civil, tive a oportunidade de me aproximar mais ainda das questões
relacionadas às mulheres, em todos os aspectos.
Também tive a oportunidade de acompanhar a elaboração de programas e ações como as que estão sendo lançadas pelo prefeito Topázio Neto neste dia 8 de março, exemplo do Protocolo “Não se Cale”, pelo qual bares e casas noturnas receberão treinamento especial de funcionários para lidar com casos de violência sexual; a assinatura do termo de cooperação com o Núcleo Especial de Atendimento às Vítimas de Crime (Neavit), do MPSC; e o Pro-
grama “Maria da Penha vai à Escola”, educação para prevenir e coibir a violência contra a mulher.
Essas ações vêm se juntar a dezenas de outras que já são realidade e que buscam oferecer à mulher um amplo “cardápio” de direitos e instrumentos que vão desde a sua segurança pessoal e familiar até os caminhos para aquilo que chamamos de “empoderamento feminino” – a oportunidade de crescer como pessoa e como profissional, em qualquer campo da vida e de atividade.
Porém, do meu novo ponto de vista e na minha “métrica”, está faltando a boa parte das mulheres se engajar na luta por seus próprios direitos. E este é o meu recado no Dia da Mulher 2023: vamos deixar de ser “agentes da passiva” para nos transformarmos em “agentes da ativa”, agentes da verdadeira transformação do mundo.
(ND, 08/03/2023)