19 out O equilíbrio para um mundo sustentável
Uma marca histórica. Ontem, a ONU (Organização das Nações Unidas) anunciou que a população mundial atingirá 8 bilhões de pessoas no próximo mês. Ao fazer o anúncio, a ONU disse que isso não é motivo para alarmismo, especialmente de ambientalistas e daqueles que veem o crescimento populacional como uma catástrofe ambiental e alimentar, e pediu que o mundo se concentre em ajudar mulheres, crianças e pessoas mais vulneráveis às mudanças demográficas. Segundo o Banco Mundial (Bird), 1,5 bilhão de pessoas no mundo vive com pouco mais de um dólar por dia. E o grande desafio é como garantir qualidade de vida para uma população tão numerosa.
A diretora-executiva do Fundo de População da ONU, Natalia Kanem, afirmou que, caso os governos focalizem apenas em números, correm o risco de impor controles populacionais, caminho que já se mostrou “ineficaz e até perigoso”. Na China, por exemplo, a política de filho único, que obrigava os casais a terem uma única criança levou a milhões de abortos e a esterilizações forçadas. Hoje, a China é um país envelhecido, tentando adotar políticas para que as pessoas tenham mais filhos.
A escalada do crescimento da população mundial é um fenômeno que se intensificou a partir da segunda metade do século 20. A população mundial alcançou a casa do bilhão apenas em 1804. A marca de 2 bilhões foi atingida 123 anos depois, em 1927. Para a população saltar dos 2 para os 6 bilhões demorou 72 anos. E apenas 12 anos para chegar aos 7 bilhões.
Apesar de os números serem superlativos e até assustadores, estudo do IHME (Instituto de Medição e Avaliação de Saúde), da Universidade de Washington, publicado em 2020, prevê retrocesso do crescimento populacional a partir de 2060. Os motivos: em diversos países as taxas de natalidade estão caindo e as populações envelhecendo.
Acomodar tanta gente no planeta não é problema, pois há muito espaço. As principais questões envolvem o equilíbrio entre a população idosa e jovem, o uso dos recursos naturais, fluxo migratório e desenvolvimento sustentável em zonas urbanas. Os desafios estão lançados.
(Editorial ND. 19/10/2022)