09 set Formação de mão de obra: como SC pode superar a falta de desenvolvedores com inclusão social
O ecossistema de inovação tem a oportunidade de atender a demanda cada vez mais alta de mão de obra qualificada e ao mesmo tempo promover inclusão social de jovens em Santa Catarina. Nas listas de ações para que essa união de esforços seja efetiva nos próximos anos, segundo os especialistas ouvidos pelo SCInova, estão a participação maior do setor público, incluindo a formação de base nas escolas públicas, e a conscientização das empresas de que investir em novos talentos e na formação continuada de desenvolvedores juniores podem resolver um dos principais gargalos para o crescimento do setor.
Segundo estimativa da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), até 2023 o setor de tecnologia criará mais de 16 mil vagas de emprego e as oportunidades devem aumentar nos próximos dois anos em uma média de 5,5 mil novos empregos. É uma a tendência é nacional considerando os dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom).
Entre janeiro de 2020 e setembro de 2021 foram criados mais de 120 mil vagas no Brasil nas carreiras de desenvolvimento de software, mesmo com a recessão econômica causada, principalmente, pela pandemia. E a projeção para os próximos anos é que mais de 700 mil novas vagas em carreira tech sejam criadas.
Para Jorge Mallet, diretor de RH na GeekHunter, antes de falarmos sobre o tema de educação de tecnologia voltada para a inclusão é muito importante lembrar dos principais pontos que estruturam o avanço do aprendizado por alguma pessoa de tecnologia: ensino básico de inglês e matemática, além do acesso a equipamentos/hardware e internet de qualidade.
“O principal ponto que o setor público pode ajudar é repensar a formação básica que existe no Brasil hoje. Por exemplo, existem algumas escolas – falando especificamente em escolas privadas – que ensinam robótica, conceitos de programação, matemática e lógica desde os anos iniciais até o ensino médio. O setor público deveria pensar em dar acesso a esses conhecimentos mais cedo para as pessoas, criando uma boa base para o futuro profissional delas”, afirma.
Sem essa base, afirma Mallet, as pessoas, muitas vezes, chegavam para o curso sem saber os comandos básicos de um computador ou noções básicas de matemática e lógica. “Percebi que quando as pessoas não tinham acesso a essa base, elas se frustravam logo nas primeiras aulas e paravam de acompanhar o resto da turma, achando que não conseguiriam continuar. Mesmo ajudando de forma pontual, é um conhecimento que deveria fazer parte da educação básica”, avalia. Por isso, o diretor da GeekHunter acredita que setor público deve fomentar cursos, mas também garantir a base, a estrutura para que as pessoas estejam “minimamente preparadas para o mercado”.
(Confira a matéria completa em SC Inova, 08/09/2022)