05 jul Veleiro ECO da UFSC é premiado pela Fundação Boticário para desenvolver projeto sustentável
O projeto Igaú, iniciativa do Veleiro ECO, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi um dos contemplados pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e a Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná que irão destinar R$ 3,7 milhões em apoio financeiro para 19 soluções inovadoras para desafios do oceano e regiões costeiras do Brasil. A proposta do Veleiro ECO começa a ser executada em julho deste ano.
Igaú – que quer dizer alga, em Tupi Guarani – é uma parceria entre a UFSC e Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e visa promover a sustentabilidade e resiliência das comunidades estuarinas e costeiras da região de Paranaguá frente aos impactos da poluição. O objetivo do projeto é promover a conservação dos ecossistemas pelo cultivo de algas, conservando e restaurando os serviços ecossistêmicos, como a provisão de alimentos e espaço de lazer. Conforme os idealizadores do projeto, o cultivo e a coleta sustentável de algas gerarão matéria-prima renovável de amplo interesse técnico-econômico e socioambiental com potencial para produção de produtos ecológicos, cuja comercialização será ainda fonte de renda complementar.
“Esse projeto tem uma função social ainda mais relevante de proporcionar conhecimento e soluções alternativas que efetivamente representam formas de resistência local e regional, para tudo isso que a gente está vivendo. Então, pensando desde a poluição até as questões relacionadas às mudanças climáticas, esta iniciativa tem em seu escopo a capacidade de dialogar e nos ajudar em muitos aspectos”, avalia o professor Paulo Horta, docente do Departamento de Botânica do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC.
O processo de seleção
O processo para seleção das propostas vencedoras consistiu em três etapas. Na primeira, um formulário on-line devia ser preenchido com um descritivo breve sobre a proposta. As 40 ideias mais promissoras foram selecionadas para participar do evento CAMP Oceano, com uma programação que previu capacitação virtual com palestras e workshops para desenvolver, aprimorar e aumentar o impacto da solução. No final do CAMP, 25 soluções seguiram para a Fase 3. Foram 30 dias de acompanhamento e apoio de mentores para fazer o detalhamento da proposta a ser executada.
“A proposta inicial era apenas uma ideia, uma vontade de aproximar a Universidade e as populações originárias de Paranaguá e construir soluções baseadas na natureza com conhecimento local e acadêmico. O CAMP Oceano, por meio da organização e dos mentores, foi fundamental para melhor justificar a proposta, de fato, verificar a sua aplicabilidade e planejar a sua execução nos aspectos técnicos, humanos e jurídicos”, afirma Paulo.
Coordenado pela professora Franciane Pellizzari, da Unespar, o projeto Igaú conta com uma equipe formada por docentes, graduandos e pós-graduandos do Laboratório de Ficologia da UFSC, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC e da Universidade Estadual do Paraná. O valor aprovado para a iniciativa foi de R$ 240 mil, mas ainda está sujeito à revisão até a implementação. O projeto tem duração prevista de três anos.
O professor Paulo Horta destaca a importância da conquista e ressalta a participação da equipe do Veleiro ECO no projeto. “A UFSC tem grande satisfação em ter o Veleiro ECO começando sua jornada como plataforma para estender o alcance da Universidade, sobretudo por meio do seu Departamento de Engenharia Mecânica responsável por sua idealização e construção. O projeto é uma grande conquista para ambas as universidades e caminha no sentido da sustentabilidade e do papel das instituições de ensino e pesquisa no Brasil de promoverem o desenvolvimento social e a conservação da natureza”, finaliza.
O veleiro ECO abre possibilidades de efetiva contribuição na execução do projeto e se destaca pela enorme visibilidade que carrega como uma obra de engenharia inovadora, bem como destaca-se a grande motivação dos alunos para executarem um projeto com essa envergadura, salienta o Professor Orestes Alarcon da Engenharia Mecânica da UFSC.