06 jul Forte Santana, um patrimônio com vida nova
Da Coluna de Anselmo Prada (Portal Making Of, 06/07/2022)
É quase um ato de magia, que devolve ao presente o legado do passado. Toda vez que um patrimônio histórico é recuperado é como se a cidade desse um profundo respiro para preservar sua identidade. Aos mais velhos o respeito pelo que muitos viram nascer e aos mais jovens o registro de suas origens. Ganham os moradores que podem ter orgulho de suas tradições e os visitantes que vão entender melhor o lugar que escolheram para conhecer.
O vice-presidente da FloripAmanhã Salomão Mattos Sobrinho, esteve presente na inauguração das obras de restauração e requalificação do Forte Santana do Estreito.
A revitalização e entrega à cidade do Forte Santana, sob a Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, é um desses momentos que ficam marcados pela iniciativa de manter viva a história, o legado para as futuras gerações e mostrar uma cidade que dá importância ao seu patrimônio, que afinal pertence a todos nós.
A intervenção e restauração foram coordenadas pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Artístico Nacional – ao custo de dois milhões de reais, através do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, do Ministério da Justiça. Além de oferecer uma vista deslumbrante das cabeceiras da Ponte Hercílio Luz e o encontro das Baías Norte e Sul, toda a edificação poderá abrigar eventos culturais e gastronômicos, sem deixar de lado a própria história da edificação como uma das fortalezas de defesa da cidade.
A obra restaurou a edificação de forma integral, com sanitários, novas instalações elétricas e iluminação cênica. No entorno foi feita uma praça que possibilita chegar ao Forte Santana por rampas acessíveis e escadarias.
Tombado pelo IPHAN, o Forte existe desde 1761, criado para proteger a então Vila Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, de possíveis invasões. Hoje, a estrutura de defesa, agora restaurada, pode ser um lugar de encontro de todos e no dia certo, o pôr do sol vai nos encher de esperança para que mais patrimônios da cidade também sejam valorizados e guardados para o futuro.
O DIA DA BALEEIRA
E por falar em tradição, patrimônio, legado e história, Florianópolis ganhou um dia dedicado à baleeira. Agora é lei: 18 de dezembro passa a ser comemorado o Dia Municipal da Baleeira. A proposta partiu da equipe do projeto Baleeiras da Ilha e foi apresentada como projeto de lei na Câmara de Vereadores, aprovado e sancionado no final do mês passado.
A baleeira é uma embarcação típica do litoral catarinense que corre o sério risco de extinção, já que vem sendo cada vez menos utilizada e construída. “O Dia Municipal da Baleeira foi a forma que encontramos de reconhecer o valor desta embarcação, dedicando uma data especial no calendário anual para a sociedade discutir o passado, o presente e o futuro desta manifestação cultural tão importante para a história de Florianópolis e dos florianopolitanos”, relata Luciano Luiz Dias, técnico em construção naval e membro da equipe do projeto Baleeiras da Ilha.
O dia 18 de dezembro foi escolhido para comemorar o Dia da Baleeira em homenagem ao nascimento, em 1929, de seu Alécio Heidenreich, tradicional construtor de baleeiras do Ribeirão da Ilha.
A baleeira é feita em madeira e seu casco se difere de outras embarcações construídas no mesmo material por ser arredondado e com tábuas que se sobrepõem, imitando escamas. Seu formato e modo de construção faz dela uma embarcação veloz e fácil de manobrar.
A segurança ao navegar é também um diferencial, tanto para pescaria como para passeio. É um barco ao mesmo tempo rústico, valente e belo.
O site baleeirasdailha.pmf.sc.gov.br, reúne fotos e histórias das baleeiras que ainda resistem em Florianópolis. Nas relatos é possível ver a sensibilidade dos proprietários ao risco de sumiço da baleeira e a admiração de cada um pelas suas características únicas.