17 maio Plano Diretor, Floripa não pode esperar
Zena Becker
Coordenadora do Floripa Sustentável
A reunião realizada na semana passada na Casa da Memória de Florianópolis, para apresentação pelo prefeito Topázio Neto do cronograma de Audiências Públicas e outros eventos relativos à revisão do Plano Diretor, aguardado pela cidade há pelo menos 6 anos, mostrou acima de tudo que, salvo algum retrocesso no decorrer no processo, atingimos o patamar da maturidade para debater e dialogar sobre a cidade que desejamos ser no futuro.
O encontro também foi inédito por não ter sido marcado por posições irredutíveis ou confrontos inócuos. Importante ressaltar que falar sobre temas como centralidades, adensamento, compensações ambientais, habitação social, cidade para pessoas e não para automóveis, já não é mais um tabu. Sim, todos nós – independente de posição profissional e corporativa, ideologia ou partido – vamos ter que encarar esses temas e saber que não há soluções fáceis nem mágicas.
O que a cidade não pode conviver mais é com o absurdo de transportar diariamente mais de 60 mil pessoas entre o Norte da Ilha e o centro, a demolição diária de construções irregulares, assim como a construção clandestina de barracos insalubres, sem banheiros, luz e água – a título de “habitação social” – em lugares de risco, congestionamentos do Continente à Ilha, preços absurdos dos imóveis, seja para compra, seja para aluguel.
Quero destacar aqui o apelo que fiz na reunião aos vereadores em nome das 45 entidades que compõem o Floripa Sustentável. Todos estamos civicamente conscientes da importância crucial das Eleições de outubro. Porém, não podemos permitir que o processo eleitoral impeça que a tramitação do projeto de revisão do PD caminhe dentro dos prazos na Câmara Municipal e seja adiada para 2023. Lembramos às vereadoras e vereadores que eles foram eleitos em 2020 para representar os interesses dos cidadãos – e isso vem em primeiro lugar.
Por último, porém não menos importante, é preciso reconhecer que o prefeito Topázio Neto assumiu com todas as prerrogativas o comando e liderança do processo de revisão do Plano Diretor, sem receio de desgastes ou de impopularidade. É hora de cada um de nós, cidadãos florianopolitanos, agirmos da mesma maneira, abrindo mão de posições pessoais, de grupos ou interesses partidários, em nome do bem maior que é o futuro da nossa cidade.
Que cada um de nós seja fiscal desse processo, porque Floripa não pode esperar.
(ND, 17/05/2022)