26 maio Caminhabilidade, o que é?
Desde o higienismo no início do século 20 ao macroplanejamento da urbanização nos anos 1970, o modelo de urbe visava à abertura de largas avenidas, que faziam a articulação entre bairros (centro e extensão) através dos transportes motorizados: a cidade sobre pneus. Este modelo de urbanização norte-americano, seguido pelas cidades brasileiras, privilegia a verticalização das edificações e os transportes individuais em detrimento dos transportes coletivos.
Embora ainda persista, tal pensamento baseado em infraestruturas viárias que suportem cada vez mais carros difere do que ocorre em sistemas já considerados bem sucedidos, como é o caso daqueles instalados em Amsterdã, Barcelona, Bogotá e Curitiba. Neles, prevalece a intermodalidade de transportes, consistindo em um sistema cambiável entre meios não motorizados e coletivos.
Os modais não motorizados — em especial o caminhar — agregam vantagens a quem os utiliza, pois aumentam a autonomia e a sensação de segurança, resultando em qualidade de vida. Em outro sentido, acrescentam também benefícios ao ambiente urbano, constituindo-se como meios dinâmicos. Considerando esses aspectos, buscamos elucidar alguns questionamentos relativos à noção de Caminhabilidade (Walkability, em Inglês) a partir da percepção de autores nacionais e internacionais, bem como apresentar um breve relato sobre o desenvolvimento histórico desse conceito.
De forma geral, a caminhabilidade, em conjunto com a intermodalidade do transporte, é o que conecta a cidade e o pedestre ao direito a espaços abertos e acessíveis. O ato de caminhar é cognitivo, depende de cada indivíduo e suas experiências e se enquadra às diferentes características antropométricas e sensoriais.
(Confira a matéria completa em Caos Planejado, 26/05/2022)