05 abr Servidores da UFSC iniciam greve e querem 20% de reajuste salarial
Após dois anos sem aulas e a duas semanas da retomada das atividades presenciais, os servidores técnico-administrativos da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) iniciaram ontem o primeiro dia de greve. Os profissionais pressionam por um reajuste salarial de 19,99%, além de reclamarem da precariedade dos edifícios da instituição.
A categoria abrange cerca de três mil servidores, com maioria atuando no campus de Florianópolis com o cargo de assistente em administração. Um terço do efetivo é de enfermeiros e médicos que trabalham no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh).
Segundo o Sintufsc (Sindicato de Trabalhadores em Educação das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado de Santa Catarina), o cálculo de reajuste se refere apenas à inflação acumulada nos últimos três anos. “Estamos há quase seis anos sem reajuste. A inflação acumulada do período soma cerca de 50%. Nos últimos seis anos, estamos com a mesma carga e recebendo a metade”, argumentou Marcus Pessoa, coordenador-geral do sindicato. A administração do hospital informou, ontem, que seus serviços estão sendo mantidos normalmente, mesmo com a paralisação. “A unidade hospitalar lembra que suas atividades são essenciais, conforme a lei 7.783, de 28 de junho 1989, e que, diante disso, devem ser mantidas integralmente mesmo com a decretação de greve”, afirma em comunicado.
O HU diz também que agradece aos colaboradores que mantiveram suas atividades e o atendimento à população, além de “comunicar que a direção está envidando esforços para monitorar a situação e adotar medidas quando necessário”.
O Sintufsc afima que a greve foi aprovada pela maioria dos cerca de cem servidores presentes da última assembleia do sindicato, na última quinta (31). Em nota, a UFSC indicou que a decisão pela greve foi informada pelo sindicato à administração central na noite de quarta-feira (30). A instituição garantiu no texto que o calendário acadêmico com as aulas presenciais a partir do dia 18 está mantido.
Em relação às pautas do movimento grevista, “a administração central da UFSC informa que ainda não houve qualquer formalização do sindicato para discutir essas pautas. A administração irá tratar desses assuntos como sempre tratou, formal e institucionalmente”, finalizou a nota.
(ND, 05/04/2022)