07 fev Técnicos alertam para impactos da revisão do Plano Diretor no Sul da Ilha de SC
Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 06/02/2022)
Na falta das audiências públicas distritais, ainda sendo discutidas pela prefeitura e Ministério Público estadual, o documento assinado por 11 técnicos do Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) vem servindo de subsídio para a discussão sobre os conceitos e impactos da proposta de revisão do Plano Diretor.
O texto, que teve alguns trechos divulgados pela coluna em primeira mão na quinta-feira (3), considera positivos os objetivos gerais da minuta elaborada pelo Executivo – como adensamento e valorização de centralidades locais – mas faz ressalvas pontuais.
Uma delas trata das regras para uso e ocupação do solo. A análise dos arquitetos, urbanistas e geógrafos – que dizem não ter sido ouvidos no processo – reforça, por exemplo, a preocupação dos moradores do Sul da Ilha de SC. “As alterações propostas impactam estruturalmente as grandes planícies, como o Rio Vermelho e o Campeche”, afirmam.
Eles alegam que na maior parte dessa área são admitidas três residências por lote e que a nova proposta vai permitir “construir condomínios verticais com unidades ilimitadas”. “Como resultado, espera-se um aumento do valor da terra e na minuta não foram criados mecanismos de proteção ou retenção aos valores imobiliários”, analisam.
Os técnicos dizem que o resultado da mudança seria “o expressivo aumento do potencial construtivo das áreas e possíveis muros contínuos sem promover conexões viárias e interação com a cidade”.