100 anos de Modernismo: MASC abriga acervo com obras de artistas que fizeram parte do movimento

100 anos de Modernismo: MASC abriga acervo com obras de artistas que fizeram parte do movimento

Neste mês de fevereiro de 2022 completam-se 100 anos da realização da Semana de Arte Moderna de 1922, quando um grupo de artistas e intelectuais ocupou o Teatro Municipal de São de Paulo promovendo um movimento que buscava romper com os manuais de arte tradicionais impostos pela cultura europeia e dominados pelos chamados “passadistas”. O evento também tinha como objetivo a adequação do Modernismo a novas formas de expressão e a valorização de uma arte mais nacional.

O Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) abriga em sua coleção permanente obras de vários artistas que fizeram parte do movimento de 22. O acervo da instituição foi formado a partir da Exposição de Arte Contemporânea trazida a Florianópolis em 1948 pelo escritor carioca Marques Rebelo, que tinha como intenção que o evento frutificasse e desse origem a um museu. O objetivo do escritor foi alcançado e, a 18 de março de 1949, o Decreto Estadual nº 433 criou o Museu de Arte Moderna de Florianópolis (MAMF), atual Museu de Arte de Santa Catarina (MASC).

Na coleção nacional do Museu figuram nomes de destaque entre os modernistas, como Di Cavalcanti, Cândido Portinari, Djanira, Emeric Marcier, Alfredo Volpi, Tarsila do Amaral, Guignard, José Pancetti, Carlos Scliar, Iberê Camargo, Aldo Bonadei, Mário Zanini, Antonio Maia, e Lívio Abramo. Entre os catarinenses que integraram o Grupo Sul, cuja iniciativa trouxe ao estado o Modernismo, e que estão representados no acervo do MASC estão Meyer Filho, Aldo Nunes, Hassis, Hugo Mund Jr. e Martinho de Haro.

Para conferir algumas destas obras pessoalmente, o público pode visitar a exposição de longa duração Coleção MASC, aberta gratuitamente de terça-feira a domingo, das 10h às 21h. No site da instituição também é possível navegar pelo Acervo Virtual do Museu sem sair de casa.

Modernismo no Brasil e em Santa Catarina

As ideias trazidas especialmente por Oswald de Andrade e Anita Malfatti, depois de viajarem para a Europa e conhecerem as chamadas vanguardas europeias (como o expressionismo, fauvismo, cubismo, futurismo, dadaísmo e surrealismo) que já propunham ruptura com a arte tradicional, foram a mola propulsora para o movimento. A Semana, que ficou famosa pelas vaias e críticas, é um marco para a cultura e produção artística brasileira no século XX e provocou mudanças mais profundas nas décadas seguintes. Segundo declaração do escritor Oswald de Andrade em 1942, a Semana de Arte Moderna de 1922 deixou para o futuro o legado do direito à busca estética contra a normatização da tradição e a atualização da inteligência brasileira, promovendo uma consciência nacional.

Em Santa Catarina, o Modernismo surgiu por iniciativa do Grupo Sul, movimento artístico de expressão na década de 1950. Quando da criação do grupo, a Semana de 22, que já estava sendo reavaliada pela Geração de 45, ainda não tinha chegado a Florianópolis. O Círculo de Arte Moderna, como primeiro se autodenominou, defendeu um modernismo sem rejeição do passado, mas determinado a mudar os parâmetros tradicionalistas das artes. Em 1948, foi um dos incentivadores da exposição que deu origem ao MASC.

(DeOlhoNaIlha, 17/02/2022)