10 nov Escola Antonieta de Barros, no Centro de Florianópolis, está desocupada há 13 anos
Há mais de dez anos, o prédio da Escola Antonieta de Barros, no Centro de Florianópolis, está desocupado. A estrutura deveria estar sendo revitalizada, mas por enquanto nem sinal de obra. Confira na reportagem:
Construído na década de 1940, o prédio abrigou o Colégio Dias Velho. Em 1952, passou a se chamar Escola Antonieta de Barros como homenagem à jornalista, professora e a primeira deputada negra eleita no Brasil.
O atual cenário nem de longe combina com a importância do lugar para Florianópolis e para a educação catarinense: jardim sem cuidados, janelas quebradas e pichações por todos os lados.
A escola chegou a ter 250 alunos matriculados que foram remanejados para outros colégios. Desde 2008, quando foi interditado, o prédio está abandonado. A estrutura integra o patrimônio histórico do Centro da Capital.
São 13 anos desse jeito. A revitalização da Escola Antonieta de Barros já é discutida há algum tempo, mas na prática, nada foi feito.
Segundo o secretário do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança), Carlos César Stadler, a única mudança nesses anos foi “somente a colocação de tapumes. Isso já faz aproximadamente dois anos. Esse foi um dos primeiros assuntos abordados quando nós iniciamos as reuniões do Conseg na região da Victor Meirelles. É um assunto que traz grande preocupação pela sensação de insegurança que esse prédio abandonado transmite”.
O edifício do governo catarinense foi doado em 2019 para a Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), para ser utilizado pelo MESC (Museu da Escola Catarinense), que fica bem ao lado da escola.
A lei que autorizou a doação determina que o local tenha atividades educacionais e culturais, voltadas à comunidade, qualificação e formação de professores, além de um centro de memória e preservação da cultura negra. O prazo para a Udesc colocar isso em prática termina em 31 de dezembro de 2022.
Cálculos feitos pelo MESC no começo de 2020 indicam que seriam necessários R$ 4,5 milhões para completar os projetos e reformar o prédio. A previsão era concluir a obra em dois anos.
Para o Conseg, não dá pra deixar a antiga escola nesse estado: “O prédio tá abandonado. Simplesmente colocaram tapume e virou um albergue, todo mundo senta ali, pessoas que não têm o que fazer e atrai um público ruim. Nós temos que atrair população boa. Fazer com que circule mais pessoas”, disse o diretor do conselho, Aldonei de Brito.
Existe um projeto para revitalizar o Centro Leste da Capital, que depende também da restauração da Escola Antonieta de Barros. De acordo com o vice-presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) Florianópolis, Julio Geremias, “criou-se um ciclo vicioso onde as pessoas não vão porque não estão seguras e os comércios estão fechando porque as pessoas não circulam. Então, todo esse projeto de revitalização é muitíssimo importante para que as áreas sejam legalmente e devidamente ocupadas”.
Em nota, a Udesc informou que busca resolver a situação com a Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) e a Secretaria Estadual de Administração e que tem ciência da importância do imóvel.
(Balanço Geral, 09/11/2021)