Escola Antonieta de Barros, no Centro de Florianópolis, está desocupada há 13 anos

Escola Antonieta de Barros, no Centro de Florianópolis, está desocupada há 13 anos

Há mais de dez anos, o prédio da Escola Antonieta de Barros, no Centro de Florianópolis, está desocupado. A estrutura deveria estar sendo revitalizada, mas por enquanto nem sinal de obra. Confira na reportagem:

Construído na década de 1940, o prédio abrigou o Colégio Dias Velho. Em 1952, passou a se chamar Escola Antonieta de Barros como homenagem à jornalista, professora e a primeira deputada negra eleita no Brasil.

O atual cenário nem de longe combina com a importância do lugar para Florianópolis e para a educação catarinense: jardim sem cuidados, janelas quebradas e pichações por todos os lados.

A escola chegou a ter 250 alunos matriculados que foram remanejados para outros colégios. Desde 2008, quando foi interditado, o prédio está abandonado. A estrutura integra o patrimônio histórico do Centro da Capital.

São 13 anos desse jeito. A revitalização da Escola Antonieta de Barros já é discutida há algum tempo, mas na prática, nada foi feito.

Segundo o secretário do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança), Carlos César Stadler, a única mudança nesses anos foi “somente a colocação de tapumes. Isso já faz aproximadamente dois anos. Esse foi um dos primeiros assuntos abordados quando nós iniciamos as reuniões do Conseg na região da Victor Meirelles. É um assunto que traz grande preocupação pela sensação de insegurança que esse prédio abandonado transmite”.

O edifício do governo catarinense foi doado em 2019 para a Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), para ser utilizado pelo MESC (Museu da Escola Catarinense), que fica bem ao lado da escola.

A lei que autorizou a doação determina que o local tenha atividades educacionais e culturais, voltadas à comunidade, qualificação e formação de professores, além de um centro de memória e preservação da cultura negra. O prazo para a Udesc colocar isso em prática termina em 31 de dezembro de 2022.

Cálculos feitos pelo MESC no começo de 2020 indicam que seriam necessários R$ 4,5 milhões para completar os projetos e reformar o prédio. A previsão era concluir a obra em dois anos.

Para o Conseg, não dá pra deixar a antiga escola nesse estado: “O prédio tá abandonado. Simplesmente colocaram tapume e virou um albergue, todo mundo senta ali, pessoas que não têm o que fazer e atrai um público ruim. Nós temos que atrair população boa. Fazer com que circule mais pessoas”, disse o diretor do conselho, Aldonei de Brito.

Existe um projeto para revitalizar o Centro Leste da Capital, que depende também da restauração da Escola Antonieta de Barros. De acordo com o vice-presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) Florianópolis, Julio Geremias, “criou-se um ciclo vicioso onde as pessoas não vão porque não estão seguras e os comércios estão fechando porque as pessoas não circulam. Então, todo esse projeto de revitalização é muitíssimo importante para que as áreas sejam legalmente e devidamente ocupadas”.

Em nota, a Udesc informou que busca resolver a situação com a Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) e a Secretaria Estadual de Administração e que tem ciência da importância do imóvel.

(Balanço Geral, 09/11/2021)