Projeto de Florianópolis usa esporte aquático como ferramenta de conscientização ambiental

Projeto de Florianópolis usa esporte aquático como ferramenta de conscientização ambiental

O sol do último fim de semana ressaltou as cores dos barcos a vela que invadiram a Beira-Mar Norte, em Florianópolis. As embarcações participaram de um evento que chamou a atenção para a limpeza das águas que banham a Capital e a importância do esporte aquático como forma de interação com a natureza. Confira!

Dezenas de alunos marcaram horário e passaram o dia velejando pela Baía Norte. Felipe Monteiro, de 10 anos, participou do evento e é apaixonado pelo esporte. “Minha amiga me incentivou [a velejar] porque a gente era muito próximo na escola”, contou o menino.

A paixão do garoto pelo barco a vela é tão grande, que ele acabou influenciando o pai a velejar também. O administrador de empresas Marcelo Monteiro disse que “normalmente, eu velejo na Lagoa e ia ter um evento, num local em mar aberto. Então, sempre que a escola promove essas regatas, esses eventos fora da nossa base ali na Lagoa, e procuro participar”.

Pai e filho fazem parte de uma escola de vela que decidiu criar um projeto para os cerca de cem alunos de Florianópolis. Imagina a sensação de liberdade e de bem-estar.

“É importante acompanhar os filhos nas atividades. Isso é algo que nos aproxima e traz um melhor equilíbrio familiar”, descreveu Marcelo.

Esse é o projeto ‘Vamos Velejar pela Ilha’, que começou em março deste ano na Praia do Pântano do Sul, no Sul da Ilha de Santa Catarina. Desde então, já passou por outras seis praias da capital catarinense e não tem data para terminar. A ideia é colorir os mares do entorno da Ilha e também trazer a consciência de que esporte aquático combina com água limpa.

O proprietário da escola de vela, Leonardo dos Santos, disse que estava na hora de dar mais vida a um local tão privilegiado de Florianópolis. E a parceria com a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) veio de objetivos em comum. Lutar para manter uma melhor qualidade da água da Beira-Mar.

Para o empresário, “navegar é uma coisa complexa, como eu acho que manter a água limpa é algo complexo. Existem muitos fatores envolvidos. Para a gente, o importante é ter lugares que a gente consiga navegar a Ilha toda. É isso que a gente vem fazendo”.

A Casan destaca que desde 2019, essa unidade de recuperação ambiental já deixou de jogar 8 bilhões de litros de esgoto sem tratamento no mar, o que equivale a mais de 3 mil piscinas olímpicas de esgoto. Devagar, a paisagem vai mudando.

“Como o ‘Vamos Velejar’ já promove essa ação de divulgar a vela, a gente resolveu unir isso e mostrar a melhora da Beira-Mar, do ambiente como um todo, e todos os benefícios que a gente tem com isso”, explicou o superintendente da Casan Francisco Pimentel.

O projeto ‘vamos Velejar pela Ilha’ começa a mostrar que a Beira-Mar Norte está próxima de se tornar um balneário mais cheio de vida, tanto fora quanto dentro da água. O instrutor de vela Alex Ramos Veeren, que é bicampeão sulamericano de vela, disse que o projeto vai muito além de preservar a balneabilidade dessa região.

“Sempre tem uma experiência nova. É um esporte muito calmo, é muito contato com a natureza. Então, é muito prazeroso estar na água”, afirmou Veeren.

Os barcos passaram o fim de semana navegando pela Beira-Mar. E, enquanto isso, outro grupo distribuía mudas de plantas pra quem tava passeando pela avenida.

A engenheira sanitarista Sara Borém Sfredo fazia parte desse grupo: “Essa conexão com meio ambiente pode ser num lugar reduzido como a sua própria casa, mas ele também pode expandir quando você olha para um corpo hídrico e sabe que o esgoto que você produz na sua casa também vai tá dialogando com esse corpo hídrico. Então, se a sua ligação sanitária estiver correta, você tá contribuindo pra esse equilíbrio ambiental.”

O projeto ‘Vamos Velejar pela Ilha’ continua no mês que vem em outra região, levando a mensagem de que todos nós precisamos contribuir para a melhoria do saneamento básico em Florianópolis, além de incentivar a prática do esporte.

(Balanço Geral, 20/09/2021)