27 set Greve da Comcap enfraquece com contratos de terceirizados
Da Coluna de Renato Igor (NSC, 24/09/2021)
A Comcap, que presta um serviço de boa qualidade em Florianópolis, enfraquece a cada dia que avança a greve iniciada na última terça-feira (21). E a explicação é muito simples e objetiva. Até então, nas recorrentes paralisações, a cidade ficava sem recolhimento de resíduos, provocando acúmulo de lixo nas calçadas. Isso, evidentemente, sempre provocou um desgaste muito grande da prefeitura e a pressão por resolver o problema.
Agora, com a terceirização, a pressão pelo fim da greve não é tão grande. O serviço de coleta de lixo pelas empresas contratadas pela prefeitura teve início no Norte da Ilha e no Continente, chegando mais tarde nas regiões Centro, Leste e Sul. O recolhimento de lixo pode não estar perfeito, mas a cidade está longe do problema de outras paralisações.
Não se está aqui comparando os serviços e tampouco afirmando que são da mesma qualidade. O ponto, agora, não é este, mas sim, compreender que, o trabalho de recolhimento de lixo não foi 100% interrompido. Pelo contrário, as terceirizadas ocupam um espaço, até então da Comcap. Mesmo que não com a mesma qualidade, mas, ao menos, a cidade e seus contribuintes moradores, não sentem como antes o mesmo desconforto das greves na Comcap.
A aposta que o prefeito Gean Loureiro fez é alta e calculada. Evidente que o mandatário municipal contabilizava os efeitos do desgaste de um previsível e lamentável confronto, mas calculou que valia a pena correr riscos. A narrativa da prefeitura tem lógica e racionalidade. Se conseguir fazer o mesmo serviço gastando a metade, sobram mais recursos para saúde, educação e infraestrutura, por exemplo. É matemático.
A questão é: o serviço será da mesma qualidade da Comcap? A economia prometida é essa mesmo?
Que o controle social seja exercido, tanto através dos órgãos públicos, Câmara de Vereadores e entidades.