11 jun Plantas produzidas em pesquisa da UFSC revitalizam praça do bairro Saco Grande
Mudas de plantas ornamentais produzidas como parte de uma pesquisa do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ganharam as ruas da cidade e integraram oficinas com crianças e adolescentes.
Tudo começou com um estudo do Laboratório de Floricultura e Plantas Ornamentais que será apresentado em outubro em um congresso da área. Para o trabalho, pesquisadores analisaram as chamadas “plantas de caixaria” ou “plantas de época” – mudas voltadas à comercialização, como aquelas vendidas em floriculturas para colocar em canteiros, vasos e similares. Sob coordenação do professor Enio Luiz Pedrotti, foram avaliados e comparados diferentes substratos e tamanhos de bandejas, entre outros fatores. O que sobrou, após o fim da coleta de dados, foi doado a diferentes escolas e projetos sociais de Florianópolis.
Uma dessas instituições foi o Conselho de Moradores do Saco Grande (Comosg), no qual existe um serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. A conexão foi possibilitada por Augusto Kaczur Suski, que é estudante de Agronomia da UFSC, membro do Laboratório de Floricultura e Plantas Ornamentais e educador social do Comosg, responsável pela oficina de Educação Ambiental e Horta.
Ao longo da semana passada, Augusto, junto com o coordenador pedagógico do projeto, Aristides Goes, realizou as atividades com cerca de 20 crianças. Foram momentos de brincar e, ao mesmo tempo, embelezar um espaço bastante importante para a comunidade: a Praça Plácido Domingos de Souza, localizada ao lado do Conselho de Moradores. “Todos os canteiros já estavam estragados, o mato já tinha tomado conta. O que a gente fez com essas mudas, basicamente, foi revitalizar o nosso espaço. Então a gente limpou esses canteiros, que já não tinham mais plantas, colocou o adubo que a gente pegou no Sesc e plantou as mudinhas ali”, relata Augusto. O Hotel Sesc Cacupé forneceu a eles o composto orgânico produzido no local.
Para o estudante, as ações com a comunidade são vistas como uma oportunidade de retornar o que foi aprendido na universidade e, ao mesmo tempo, colaborar para a formação de cidadãos mais críticos e responsáveis. “Aqui no Saco Grande, a gente tem um manguezal. Eles moram do lado do manguezal, mas não sabem o que é esse bioma, porque é importante conservar. Aqui também temos muitos problemas de enchentes, de lugares que não tem saneamento básico. Então, o que buscamos ali não é simplesmente passar informação para eles, mas, por meio de discussões e conversas, tentamos revolucionar o que eles pensam. A gente acha muito importante eles terem uma consciência de como é bom preservar, não só o entorno deles, mas toda a cidade em que eles moram e o país. São pessoas que vão ter uma capacidade de interação política propriamente dita, vão ser pessoas críticas quanto a esses assuntos”, explica Augusto.
(UFSC, 10/06/2021)