Frente Parlamentar de Mobilidade Urbana discute os impactos da pandemia no Transporte Urbano Municipal

Frente Parlamentar de Mobilidade Urbana discute os impactos da pandemia no Transporte Urbano Municipal

A Frente Parlamentar de Mobilidade Urbana realizou nesta quinta-feira (15) uma reunião ampliada para discutir os impactos que a pandemia de Coronavírus vem causando no transporte coletivo de Florianópolis.O grande número de demissões dos profissionais do setor devido à diminuição das frotas foi o principal ponto abordado. Em especial, sem o pagamento dos direitos como a rescisão de contrato.

Além de afetar o bom funcionamento do serviço, por não conseguir atender a todos que precisam do transporte coletivo na cidade, as demissões impactam diretamente na qualidade de vida das inúmeras pessoas que precisam do emprego para garantir o sustento de suas famílias, principalmente neste momento. O presidente da Frente Parlamentar, o vereador Maikon Costa destaca que os impactos ocasionados durante a pandemia precisam ser amplamente discutidos no que diz respeito às demissões e a falta de linhas para atender as demandas.

“ Impactos esses muito provenientes da demissão de funcionários do transporte coletivo. Isso faz com que os ônibus fiquem na garagem, problemas sejam acentuados devido ao aglomerado da falta de equipamentos, de transporte público, de horários para os usuários do transporte coletivo de Florianópolis. Isso gera um impacto tremendo e com certeza o transporte coletivo é um dos ambientes com a maior incidência de contaminação e por isso a reunião teve como objetivo provocar e pedir que o Consórcio e a Prefeitura coloque de fato 100% da sua frota na rua para atender a comunidade.

Convidado a participar da reunião, o vereador Gilberto Gemada, ex-motorista de ônibus, diz que foram 2.500 pessoas impactadas até agora no setor e só na empresa Canasvieiras foram 300 pessoas demitidas. “Atualmente estou vereador, mas sempre serei um homem que cresceu cobrador e tem profissão de motorista. Essa foi uma reunião muito importante que amplia e tem ideias para somar junto a categoria e chamar todos os representantes aqui e discutir esse assunto dos pagamentos dos funcionários do transporte público. Já foram feitas algumas homologações e alguns não receberam e estão aí 06 e 08 meses sem receber. Vamos em busca e conquistar melhorias,” enfatizou Gemada.

Uma das convidadas à reunião trouxe seu relato de que ela, junto com o seu marido, trabalhava em uma das empresas de ônibus desde os 18 anos de idade, e os dois foram demitidos sem seus direitos. “Ele fez a demissão incentivada – incentivado a fazer. Pessoas falaram para ele: “faz, não tem problema, pode ficar tranquilo que se houver demissões, a sua esposa não vai ser demitida”, e eu fui demitida. Uma família sem pai e sem mãe trabalhando. Agora acabou o seguro e não vamos receber mais nada. Nós temos dois filhos pequenos e eu estou desesperada. São famílias que têm dívidas a cumprir. É muito triste você passar a vida trabalhando numa empresa e quando chega a hora de pagarem, eles não te pagarem. A gente não sabe mais o que fazer”, disse.

Como solução, foi reivindicado o retorno de 100% das frotas para que seja atendida toda a população que precisa do serviço para se locomover, dando ainda a oportunidade dos profissionais demitidos voltarem a trabalhar. Para isso, pede-se também a vacinação dos motoristas e cobradores de ônibus. O tema será levado ainda para discussão na Comissão do Trabalho, Legislação Social e Serviço Público para que seja solicitada uma audiência pública.

“Vamos levar esses pontos para a Comissão do Trabalho para tratar sobre os assuntos dos trabalhadores, especificamente; questões salariais, de direitos e outras coisas, com os atores necessários para a solução do problema. Hoje é só o primeiro passo”, afirmou o vereador Maikon Costa.

(CMF, 15/04/2021)