Casan nega que sabia do risco de vazamento da Lagoa da Conceição

Casan nega que sabia do risco de vazamento da Lagoa da Conceição

Da Coluna de Renato Igor (NSC, 28/01/2021)

A Casan nega que sabia desde 2017 que havia risco de vazamento na lagoa artificial de infiltração que rompeu na última segunda-feira (25) na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. A informação partiu do Instituto de Meio Ambiente (IMA) . A empresa diz que não é verdade:

O Plano de Emergência e Contingência (PEC) para a Estação de Tratamento de Esgoto da Lagoa da Conceição possuia 37 riscos mapeados e, entres eles, o risco de “Elevação do Nível da Lagoa de Evapoinfiltração ocorrendo vazamentos em terrenos vizinhos e/ou mar”. Todavia, até o momento não havia sido mapeado o risco de transbordamento e rompimento da lagoa, devido à imprevisibilidade deste evento. Portanto, é incorreto informar que a CASAN sabia que havia risco de vazamento – só é verdade dizer que a CASAN havia mapeado o risco de vazamento.

A Casan informou, ainda, que a última revisão do PEC para o Sistema de Esgoto Sanitário (SES) Lagoa da Conceição, elaborada em 2020, foi remetida à Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc) para aprovação – o que não ocorreu até a presente data.

A companhia diz, ainda, que a ideia de expansão da cobertura do sistema de esgotos na região da Lagoa, tem como plano a desativação da Lagoa de Evapoinfiltração e o encaminhamento do efluente tratado da ETE da Lagoa da Conceição para o Emissário Submarino Sul da Ilha.

Diz a Casan:

Esse plano está contemplado no EIA/RIMA do processo de Licença Ambiental Prévia-LAP, elaborado pela CASAN. O IMA, solicitou novos estudos complementares, já em fase de contratação. Enquanto a solução definitiva não se viabiliza, a CASAN realizou estudos de batimetria na lagoa e solicitou à FLORAM autorização para o lançamento temporário do efluente tratado da ETE Lagoa da Conceição numa área próxima à atual lagoa de Evapoinfiltração a fim de possibilitar o esvaziamento da mesma para limpeza, o que asseguraria o aumento da capacidade de acumulação até a implantação do Emissário Submarino. Todavia, a FLORAM não autorizou o procedimento. A CASAN assegura que a ETE Lagoa da Conceição lança seus efluentes tratados de acordo com os valores estabelecidos pela legislação, sendo isto reconhecido pela ARESC no seu relatório de fiscalização realizado em junho/2020.