Turismo: a falta de diálogo e planejamento em SC

Turismo: a falta de diálogo e planejamento em SC

Da Coluna de Moacir Pereira (ND, 15/12/2020)

O governador Carlos Moisés da Silva finalmente acordou a assinou ato com novas regras sobre ocupação da rede hoteleira no próximo verão em Santa Catarina. Conseguiu, assim, dobrar o secretário da Saúde, André Motta Ribeiro, até manteve-se isolado e alvo de críticas do trade turístico. Há meses que o setor hoteleiro e outros segmentos ligados ao turismo vivem tentando uma simples audiência com o secretário da Saúde. Eram ouvidos pelo presidente da Santur, mas este não tinha interlocução.

Importantes e inadiáveis, sem dúvida, as novas normas fixadas pelo governo. Mas, no fundo, uma grande contradição. Quando a pandemia tinha números bem menores, os hotéis ficaram restritos a baixas taxas de ocupação. E agora que os índices de contaminação atingiram os níveis mais altos no Estado o governo libera. Equivocou-se nestes nove meses ou está errando agora?

Para se ter uma ideia desta falta de planejamento, compare-se com o Estado de São Paulo. O secretário de Turismo, Vinicius Lumertz, garantiu que nestes nove meses de pandemia, o governo paulista realizou 150 reuniões com os mais diversos setores para monitorar ações. Nunca fechou um só leito. Indaga-se: o vírus só contamina nos hotéis catarinenses?

Durante reunião da Comissão de Turismo, os empresários de eventos também se queixaram amargamente contra as imposições do governo. Paralisa durante dez meses 40 atividades da cadeia produtiva dos eventos. O governo promove eventos; o setor privado vive a quebradeira.