01 jun Projeto da UFSC sobre manejo de pinus invasores na Lagoa da Conceição completa 10 anos
O projeto de extensão da UFSC Restaurando ecossistemas e paisagens – Manejo de pínus invasores no Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição (Florianópolis, SC) completa 10 anos este ano. Para comemorar a data, nesta segunda-feira, dia 1º de junho, na Semana do Meio Ambiente, será lançado um vídeo comemorativo.
Michele de Sá Dechoum, docente do Departamento de Ecologia e Zoologia (CCB/UFSC) e coordenadora do projeto, relata um pouco desta experiência como forma de “agradecer imensamente a todas e todos que, de forma direta e indireta, nos ajudaram e seguem nos ajudando a restaurar ecossistemas e paisagens. E prosseguimos, pois ainda temos muito trabalho pela frente”, ressalta a pesquisadora.
Acrescenta que a principal motivação desta atividade “são os quase 200 hectares de restinga que já foram restaurados nesses 10 anos de trabalho conjunto, em um esforço comunitário. Protegendo espécies nativas e o funcionamento de ecossistemas garantimos também nossa saúde e nosso bem-estar. Estamos também restaurando paisagens, esse importante componente da nossa identidade e da nossa cultura”.
A professora conta que no começo, em 2010, a paisagem era muito diferente. A rica e colorida vegetação de restinga era menos vista em meio aos densos agrupamentos de pinus de diferentes tamanhos. A invasão biológica foi originada a partir de plantios de duas espécies nativas da América do Norte (Pinus elliottii e P. taeda) que foram introduzidas em Florianópolis (SC) nas décadas de 1950 e 1960. Na época, muitas mudas foram doadas e plantadas para fins diversos na região. O tempo foi passando, as mudas se desenvolveram e se tornaram árvores, e a invasão biológica ocorreu a partir da dispersão das leves e pequenas sementes de pinus que foram transportadas pelo vento para as dunas.
Ainda em 2009, foram feitas algumas ações pontuais de controle de pinus na área onde foi criado o Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição, que protege pouco mais de 700 hectares de restinga. A partir de 2010, as ações começaram a ser mais sistemáticas e organizadas com base em prioridades técnicas de manejo. Desde 2010, voluntárias e voluntários cortam a arrancam pinus invasores em mutirões de controle que são realizados mensalmente.
A parceria entre o Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental e a UFSC surgiu desde o começo – primeiro por meio do PET Biologia; depois pelo Laboratório de Ecologia Vegetal, sob a coordenação da professora Tânia Tarabini Castellani; e mais, recentemente, com o Laboratório de Ecologia de Invasões Biológicas, Manejo e Conservação (Leimac).
“Em 2020, temos orgulho e alegria de dizer que já eliminamos cerca de 372.000 indivíduos de pinus invasores que existiam dentro do Parque”, finaliza.
Acesse o álbum de fotos: versões em MP4 e PDF
Assista ao vídeo comemorativo (com legendas em português, inglês e espanhol):
https://www.youtube.com/watch?v=_UqEvS2b97w&feature=youtu.be
(UFSC, 01/06/2020)