25 jun Alunos e professores da Udesc relatam experiências com aulas não presenciais na graduação
A Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) retomou na segunda-feira, 22, as aulas de 60 cursos de graduação de forma não presencial, depois de ficarem suspensas devido à pandemia do novo coronavírus. As aulas da pós-graduação retornaram em 25 de maio.
Os primeiros dias de aulas não presenciais têm sido de adaptação para alunos e professores. O Moodle é uma das ferramentas online usadas para atividades pedagógicas de forma síncrona, ou seja, com presença simultânea de docentes e estudantes, mas outras plataformas gratuitas também estão sendo utilizadas, como o Microsoft Teams, do pacote Office 365 da Udesc.
Problemas por conta da instabilidade da plataforma Moodle, principalmente no primeiro dia, por exemplo, vêm sendo resolvidos pela parte técnica da universidade. Diversos estudantes e professores de vários centros da Udesc relataram suas experiências iniciais de adaptação com as aulas não presenciais.
Para o acadêmico João Pedro Rech Rossi, do curso de Agronomia da Udesc Lages, a primeira impressão foi de estranhamento, pois é algo com o qual não estava acostumado.
“O principal ponto positivo é podermos estar dando continuidade no semestre, sem dúvida, é o que importa. Um ponto negativo foi o fato do ensino remoto não ter sido iniciado antes, pois, apesar das dificuldades iniciais, é uma opção que tem se mostrado eficiente para evitar atrasos. É nesta hora de dificuldade que devemos ser resilientes”, destaca o graduando.
Esforço de todos
Diego Corrêa, aluno de Engenharia Elétrica da Udesc Joinville, enfatiza o esforço dos colegas em aprender a usar ferramentas como o Moodle e o Microsoft Teams e enaltece o empenho dos docentes para ministrar as aulas não presenciais. “Vivemos em uma era tecnológica, e a universidade não pode ficar fora desse processo.”
Na opinião de Amanda Demétrio, acadêmica de Ciências Econômicas da Udesc Esag, de Florianópolis, acompanhar as aulas de forma remota tem sido difícil, mas os professores estão se esforçando. “Tem, por exemplo, uma professora que comprou câmara nova e fez um quadro. Meu agradecimento gigante por eles estarem passando isso com a gente, são experiências novas”, considera.
Desafios a serem vencidos
A estudante Thaise Aguiar, do curso de Fisioterapia da Udesc Cefid, da Capital, achou positivo o retorno não presencial. “Para muitos que criticam, há vários outros que aprovam. Penso que a Udesc quer o bem da universidade, dos alunos que necessitam se formar para serem inseridos no mercado de trabalho, com o uso da tecnologia ao nosso favor”, opina.
Já Sabrina Luz, acadêmica de Pedagogia da Udesc Faed, acredita que a vivência do ensino presencial não possa ser substituída pela remota. No entanto, a graduanda está disposta a participar das atividades não presenciais. “Eu quero experimentar tudo isso, conhecer essa modalidade. Mas, claro, estou ansiosa e preocupada. Um ponto positivo é o conforto de casa, mas me preocupa muito os estudantes que têm dificuldades de acesso e permanência nesses meios, até mesmo dificuldades emocionais”, analisa a aluna.
Avaliação de professores
Entre os professores, o momento também é de adaptação à nova realidade. Para o docente Magnus Benetti, do Departamento de Educação Física da Udesc Cefid, a experiência das aulas remotas tem sido exitosa.
“Ministrei aula na segunda-feira, no curso de Bacharelado em Educação Física, na disciplina de Fisiopatologia e Exercício, e na terça-feira, no curso de Fisioterapia, na disciplina de Fisiologia do Exercício. As aulas foram extremamente produtivas pelo Microsoft Teams. Os alunos fizeram perguntas, e o material será disponibilizado no Moodle”, relata Benetti.
O professor Fernando Sasse, do Departamento de Matemática da Udesc Joinville, também avaliou sua experiência até o momento com as aulas não presenciais da disciplina de Cálculo Numérico para os cursos de Engenharia Mecânica e Engenharia Civil.
“O ponto negativo é que a falta da interação pessoal, que sempre será fundamental no ensino de qualquer disciplina. No entanto, seria muito pior se não tivéssemos nenhuma interação com o estudante neste tempo de pandemia. Ensino a distância é a nossa única saída neste momento”, considera.
Sasse destaca como outro ponto positivo do ensino remoto é poder melhorar o desempenho do estudante em várias disciplinas. “Isso porque essa modalidade obriga o estudante a ser mais ativo, a realizar mais tarefas. Ao usar uma plataforma eletrônica, nosso aluno se torna mais organizado e se integra ao mundo da informação.”
Outros depoimentos sobre ensino não presencial
- Laiana Cândido de Oliveira, acadêmica de Fisioterapia da Udesc Cefid – “O retorno às aulas de forma remota garantiu a possibilidade de vencermos um cronograma que não comprometa outro semestre letivo do ano subsequente, o que poderia gerar prejuízos relevantes para a vida dos acadêmicos, dos gestores de ensino, do orçamento da universidade e também para a oportunidade de ingresso de novos estudantes.”
- Aline Wiese, acadêmica de Ciências Econômicas da Udesc Esag – “Bom, no começo sempre é mais complicado, até se acostumar com as ferramentas. Mas, em geral, está sendo bem produtivo depois de quase três meses parados. Os professores também estão se familiarizando com essa situação nova e ferramentas. Vamos rezar para que a internet não caia e que possamos absorver o que podemos.”
- Karoline Kobus Bianchini, professora de Fisioterapia da Udesc Cefid – “Esta semana, tive a primeira aula remota da disciplina teórica que leciono presencialmente para a turma da sexta fase do curso de Fisioterapia, desde que entrei na Udesc como professora efetiva. Entrei em contato com os alunos via Moodle. Pude perceber que a maioria dos alunos está motivada para este retorno, que tem ciência de que não é a melhor forma, mas que também é angustiante ficarmos parados considerando a imprevisibilidade da situação que estamos vivendo. Tive alguns problemas técnicos no primeiro dia, que eu até já esperava, afinal, era a estreia, mas que rapidamente conseguimos resolver, eu com a turma, ali, na hora, e o meu primeiro contato com os alunos foi ótimo! Ouvi deles: ‘Professora, será um aprendizado pra todo mundo’. E eles têm razão, será mesmo!”
Auxílio de inclusão digital
Nesta quarta-feira, 24, a Coordenadoria de Assuntos Estudantis da Udesc (CAE), ligada à Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Comunidade, publicou o resultado do auxílio de inclusão digital para acadêmicos de graduação, que terão o benefício pelo Programa de Auxílio Financeiro aos Estudantes em Situação de Vulnerabilidade Socioeconômica (Prafe).
Mais de 300 alunos foram contemplados pela universidade e receberão o valor de R$ 80 mensais para a contratação de plano de internet. Acesse o resultado.
(UDESC, 24/06/2020)