04 maio Com setor duramente afetado, turismo em SC prevê retomada com foco no catarinense
Da Coluna de Ânderson Silva (NSC, 02/05/2020)
Com as restrições de circulação em Santa Catarina, um dos setores mais atingidos foi o de turismo. Desde o fechamento de bares e restaurantes, passando pelo cancelamento de eventos, até a suspensão do transporte coletivo, a cadeia toda foi atingida de alguma forma. O impacto total ainda está sendo avaliado pelo governo do Estado, mas certamente haverá uma grande repercussão no setor responsável por 12,5% do PIB catarinense.
Para mitigar os danos, a Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (Santur) conversa com o trade e traça uma estratégia inicial para a volta às atividades. O plano, segundo o presidente da autarquia, Mané Ferrari, é lançar uma campanha chamada “SC para o catarinense” com foco no turismo interno. A ideia é fazer a população local circular com “segurança e produtos agregados”.
Ferrari assumiu a presidência da Santur recentemente, logo no começo da crise do coronavírus, em substituição a Flavia Didomênico, que foi exonerado do cargo pelo governador Carlos Moisés da Silva. Em entrevista à coluna, o novo presidente fala sobre as ações pensadas para o turismo de SC diante da crise do coronavírus. Veja abaixo os principais tópicos:
Como a Santur encara o momento
“Primeiro, o que a gente fez foi aproximar mais o trade. A união do trade é fundamental para que a gente possa avançar. Aos poucos começamos a trabalhar isso, mostramos que alguns setores poderiam retornar como a gente fez com hotéis, bares e restaurantes. Tudo de forma regrada. Estamos tentando fazer regras e que não retroceda depois. Os hotéis, por exemplo.Montamos um manual de regramento para o funcionamento. Enviamos o material para o ministério do Turismo e ele será usado em todo o Brasil.
Também entendendo que o primeiro turismo que vai vir é o regional, já estamos alinhando isso com o trade. Nos reunimos no Conselho Estadual de Turismo e estamos criando produtos para que a gente possa fazer o “SC para os catarinenses”. Isso é para que a gente possa fazer com os catarinenses circulem dentro do nosso Estado com segurança e com produtos agregados. O primeiro caminho será o turismo regional, depois Estados vizinhos.
Após, no Ministério do Turismo, nas reuniões semanais estamos buscando recursos para as empresas. Montamos dentro da Santur uma equipe para ajudar os empresários do trade a buscar recursos para que a gente possa dar agilidade”.
Quem sentiu mais
“O turismo de eventos é o mais afetado. Os eventos que iam acontecer nesse período, estamos adotando a forma de não cancele, remarque. Para que esses eventos ainda aconteçam a hora que estiver liberado”.
Qual tem sido a recomendação para os eventos
“Primeiro de tudo o foco é não cancelar e fazer com que esses eventos sejam remarcados para um primeiro mais propício. Estamos conversando com outros países, e o sinal é de que na metade do segundo semestre para frente podemos ter alguma coisa. Que esses eventos se mantenham até que essa cadeia de produção de eventos lá na frente consiga trazer isso”.
Previsão para o turismo de inverno
“Estamos fazendo o “SC para os catarinenses”. A ideia é a partir do momento que se possa circular, agora com a abertura dos hotéis, a gente consiga que os produtos do Estado possam ser acolhidos”.
Como será a campanha
“Estamos trabalhando junto com o Conselho Estadual de Turismo para que cada órgão passe quais são os produtos que podemos colocamos nesse pacote para divulgação e mostrar aos catarinenses onde ir. Esse é um trabalho bom, de união com o trade”.
Verão
“Junto o Ministério do Turismo e Embratur estamos vendo lá recursos de promoção da para que possa promover também o Estado a nível nacional e internacional, na sequência. Que esse recurso que tem não seja para divulgar um Brasil como um todo, mas que cada Estado possa divulgar seus atrativos. Estamos trabalhando para viabilizar esse recurso.
Uma coisa que a gente trabalhou lá e vem falando junto aos secretários também é que antecipar todos os feriados é um tiro no pé para o setor turístico. Ele dá fôlego para trazer turista. A gente já acionou no ministério para que isso não avance”.
Impacto do coronavírus
“Fizemos uma pesquisa, ainda está sendo feito. Vamos ter que esperar para ver de fato o montante”.
Ajuda para as empresas do setor
“Estamos buscando mais recurso no Fungetur (Fundo Geral do Turismo) para ajudar o setor nesse momento. Temos uma equipe dentro da Santur atuando junto ao Badesc para trabalhar linhas de crédito já existentes e trazer recursos, dar aceleração. Temos cinco pessoas da nossa equipe com o Badesc já aprendendo o sistema para ajudar o dinheiro a chegar”.
Impacto na economia do Estado
“Com essa pesquisa que estamos fazendo, provavelmente em uma semana a gente finaliza, podemos ter uma ideia sobre isso. Ainda não estamos uma estimativa. O setor foi o primeiro a ser afetado. Com essa união com o trade estamos achando caminhos para que o turismo possa retornar a partir de já, inclusive”.