Monitoramento de colmeias em SC quer medir impacto das mudanças climáticas na apicultura

Monitoramento de colmeias em SC quer medir impacto das mudanças climáticas na apicultura

Um projeto desenvolvido em Santa Catarina quer entender o impacto das mudanças climáticas na apicultura. Pesquisadores do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram) criaram uma adaptação de estação meteorológica e, por meio da instalação de sensores, conseguem acompanhar em tempo real a produção de mel, por meio do peso das colmeias, e a temperatura e a umidade relativa do ar dentro e fora delas.

A ideia dos pesquisadores é dar suporte à cadeia apícola do estado, que tem atualmente 6.146 apicultores e 294.595 colmeias, segundo a Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (FAASC).

Esses insetos polinizadores são fundamentais para a produção de alimentos e têm sofrido perdas de população ao longo dos anos por diferentes fatores. Somente no ano passado, 201 colmeias foram afetadas em Santa Catarina por intoxicação por agrotóxicos, em Rio Negrinho e Major Vieira, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura. Em cada colmeia há entre 40 mil e 50 mil abelhas.

E foi a preocupação provocada por uma perda de colmeias ocorrida em 2016 que levou ao desenvolvimento do projeto-piloto de monitoramento, naquele mesmo ano. A tecnologia desenvolvida pelo Ciram envolve cinco pesquisadores, que querem entender como o clima e produtos químicos, por exemplo, podem facilitar o surgimento de pragas e doenças. Eles pretendem ainda que a plataforma seja uma ferramenta a mais aos produtores.

A colmeia precisa manter uma temperatura e umidade estáveis, independentemente da variação externa. “As abelhas fazem o controle da temperatura. Quando estão doentes ou fracas, não mantêm os 35ºC, 36ºC, condição ótima na colmeia. Se está muito quente ou muito frio, por exemplo, é sinal de que as abelhas podem estar doentes, que o enxame é velho ou ainda um problema de alimentação”, disse o pesquisador do Ciram e coordenador desta etapa do projeto, Everton Blainski.

(Confira matéria completa em G1SC, 12/03/2020)