16 mar Coronavírus: Prefeito da Capital assina decreto para restringir contato social
O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, assinou na tarde desta sexta-feira (13) um decreto com uma série de medidas preventivas à contaminação e transmissão do coronavírus. O documento prevê o cancelamento de eventos, como shows, missas, e aglomerações, alterações nos horários de funcionamento de departamentos públicos e privados, distância mínima em escolas e restaurantes, entre outros. O decreto tem validade a partir de segunda-feira (16) e só deve ser encerrado quando a pandemia estiver controlada.
“Restringir o contato pessoal é a maneira mais eficaz de se proteger da contaminação pelo coronavírus”, disse o prefeito. Segundo ele, a Prefeitura decidiu tomar medidas drásticas o mais cedo possível para evitar o agravamento da situação. Até agora, foram mais de 50 casos considerados suspeitos e dois confirmados.
“Essa medida vai ter sucesso se depois de tudo disserem que a Prefeitura exagerou”, disse o secretário municipal de Saúde, Carlos Alberto Justo da Silva. Segundo ele, países que demoraram para tomar atitudes objetivas de restrição social foram os que mais apresentaram problemas de contaminação e de mortes.
O decreto prevê uma série de medidas. Os ônibus do transporte público circularão com o ar condicionado desligado e janelas abertas, por exemplo. Aqueles que possuem janelas vedadas serão retirados de circulação. Na educação, o documento estabelece uma distância mínima de 1,5 metro de uma carteira para outra, assim como em mesas de restaurantes. As janelas deverão ficar abertas e os aparelhos desligados também nas salas de aula.
Em eventos, o decreto define o teto de 250 pessoas para aglomerações ao ar livre e 100 pessoas para locais fechados. Os números, segundo a Prefeitura, foram retirados de publicações científicas internacionais sobre o coronavírus. Além disso, estabelecimentos comerciais, ônibus, terminais, escolas, entre outros, terão que disponibilizar álcool gel ou outras medidas de higiene em local visível e bem sinalizado.
O documento serve como uma ação de contingência. Segundo técnicos da Saúde, caso a cidade não tome medidas restritivas ao contato social, os contágios podem duplicar a cada três dias em uma projeção internacional de proliferação do vírus. A ideia é minimizar os efeitos da circulação e manter a curva crescente de casos mais amena possível.
“O número de casos vai aumentar com certeza”, disse a gerente de vigilância epidemiológica do município, Ana Cristina Vidor. Apesar disso, diz ela, as pessoas precisam ficar tranquilas e respeitarem as normas para dificultar a circulação do vírus. Ela garante ainda que todas as pessoas que chegam de outros lugares do mundo estão sendo monitoradas.
O que prevê o decreto, e ações extras da Prefeitura
– Distância mínima de 1,5 metro entre mesas em escolas e restaurantes;
– Circulação de todos os ônibus do transporte coletivo com janelas abertas, a fim de circular o ar;
– Alteração de horários de funcionamento de órgãos públicos e privados, a fim de reduzir o fluxo de pessoas em terminais e ônibus;
– Alô, Saúde: Sistema de atendimento por telefone para evitar contato social (60 profissionais da saúde estão escalados);
– Disponibilidade de álcool gel e outros métodos de higienização em estabelecimentos diversos;
– Proibição de eventos com número igual ou maior a 250 pessoas ao ar livre e 100 pessoas em locais fechados;
– Contratação acelerada de médicos e renovação de contratos temporários com profissionais da saúde por mais quatro meses;
– Contratação de empresa terceirizada para prestação de serviços médicos;
– Recomendação para que pessoas idosas e/ou portadoras dos sintomas fiquem em casa e recebam atendimento pelo telefone;
– Cassação de alvarás e lacramento de comércios que praticarem preço abusivo em itens essenciais de proteção, como luvas e máscaras;
– Restrição da entrada de visitantes em asilos.
(RCN, 13/03/2020)