Mapeando a inovação em cidades: plataforma para compartilhamento de iniciativas inovadoras é lançada pela OECD

Mapeando a inovação em cidades: plataforma para compartilhamento de iniciativas inovadoras é lançada pela OECD

As cidades estão se reinventando para enfrentar o impacto causado pelas crises econômicas, desafios ambientais e novas tecnologias em nosso modo de viver o espaço urbano e gerenciá-lo. Nos últimos anos, diversas iniciativas voltadas à inovação têm sido o foco de planejadores urbanos, empresas, movimentos e sociedade civil organizada. Agora, governos municipais estão inaugurando uma nova era de inovação, onde times e políticas públicas são voltadas cada vez mais à inovação para atender as necessidades e desejos dos cidadãos.

Nos últimos meses, com esforço realizado pela equipe da Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD) e da Bloomberg Philanthropies, foi lançada uma plataforma com a apresentação de iniciativas inovadoras em cidades ao redor do mundo, a City Innovation.

A capacidade de inovação [de uma cidade] refere-se aos recursos e habilidades humanas, financeiras e institucionais que podem catalisar, implementar e avançar na solução de problemas de ponta, colaborativos, de longo prazo e de baixo para cima.

O primeiro passo deste trabalho foi a elaboração do relatório Enhancing Innovation Capacity in City Government, da OECD, com os resultados de uma survey sobre a capacidade de inovação em cidades ao redor do mundo e o estudo das principais referências acadêmicas nesta área. O trabalho de pesquisa teve por objetivo compreender como os governos locais estão inovando, por que eles estão inovando e o que a inovação está ajudando a construir no espaço urbano. As dimensões analisadas em cada cidade foram:

  • estratégia e abordagens para a inovação;
  • equipe e estrutura de trabalho para a inovação;
  • uso de dados ​​para apoiar o trabalho de inovação;
  • fundos dedicados à inovação; e
  • resultados monitorados e avaliados de acordo com os objetivos da cidade.

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As 89 cidades que participaram desta pesquisa, de Atenas a Medellín, são as primeiras cidades presentes no mapa da plataforma online. Dentre as participantes, duas cidades brasileiras podem ser exploradas no mapa interativo: Rio de Janeiro e São Paulo. Entretanto, é possível inscrever novas cidades na plataforma.

Highlights da pesquisa 

  • Cidades com uma estratégia formal de inovação relataram maior experiência na promoção da inovação, indicando que a estratégia formal pode ser o melhor caminho para atingir seus objetivos. Entretanto, enquanto mais de a metade das cidades entrevistadas (55%) possui metas formais de inovação, pouco menos da metade (49%) possui uma estratégia formal;
  • Entre as cidades pesquisadas, 9 em cada 10 têm funcionários ou equipes dedicadas à inovação. Equipe voltada ao trabalho com inovação em governos municipais é algo relativamente recente e apenas 21% das equipes destas cidades foram criadas há mais de 5 anos;
  • Dentre as cidades participantes, 85% consideram que os dados – em grande e contínua quantidade em cidades – desempenham um papel significativo na tomada de decisão e na elaboração e implementação de políticas públicas, fazendo com que 75% estabelecessem parcerias para melhorar o gerenciamento e uso destes dados;
  • Em relação aos recursos e financiamento, 80% apresentam recursos destinados especificamente à capacidade de inovação da cidade, possibilitando a realização de pesquisas, prototipação ou implementação de ideias e projetos e o recrutamento de profissionais altamente qualificados;
  • Apenas 16% das cidades com metas formais de inovação realizam uma avaliação abrangente e sistemática dos impactos de sua estratégia de inovação, em função de limitações como: falta de recursos financeiros, capacidade técnica, instrumentos metodológicos e de avaliação da estratégia.
  • As principais habilidades de inovação que as cidades estão buscando em profissionais para atuar em suas equipes estão voltadas à: gestão de projetos (84%), engajamento com a comunidade (60%), data science (56%), design (56%) e comunicação (48%).

(VIA – Estação Conhecimento, 03/01/2020)