Integração entre transportes é desafio para melhoria da mobilidade na Grande Florianópolis

Integração entre transportes é desafio para melhoria da mobilidade na Grande Florianópolis

A integração entre diferentes modais de transporte ainda é o maior desafio para melhoria da mobilidade urbana nos municípios da Grande Florianópolis. Sem transporte marítimo, os carros e ônibus são utilizados diariamente pelos moradores da região.

A qualidade do transporte coletivo ainda é questionada pela população, que muitas vezes, opta pelo transporte individual e que, por consequência, acentua as filas nas rodovias da região, como mostram as reportagens especiais “(I)mobilidade” dos telejornais da NSC TV.

Pontos críticos
Entre as cidades com mais problemas está em Palhoça e São José, que são cortadas pela BR-101. O fluxo de veículos da BR-282 e de muitas estradas e vias de municípios da região desembocam nessas duas cidades. Além disso, muitos precisam se deslocar até Florianópolis para trabalhar, o que aumenta o problema. Na região continental da Capital as filas também são diárias, principalmente no início e fim do dia.

Já no Sul da Ilha, após a construção do novo acesso, a SC-401 Sul, que leva também para o novo aeroporto, os congestionamentos diários diminuíram. A fila antes concentrada apenas na SC-405 se divide com a nova estrada, deixando os motoristas com mais opções e menos tempo preso ao trânsito.

No Norte da Ilha, a SC-401 tem movimento intenso o dia todo, e com algumas obras, é possível que os motoristas precisem ter mais paciência e enfrentam pontos de fluxo parado. A preocupação dos motoristas que trafegam pela rodovia é com o verão, pois a SC-401 leva aos balneários ais procurados por turistas em Florianópolis.

Na região Leste da Ilha, o fluxo é maior na saída da Beira-mar e na SC-404, entre o bairro Itacorubi e Lagoa da Conceição.

No entanto, em todos os municípios os moradores enfrentam dificuldades, além das filas, com a falta de possibilidade em outros transportes. Além de não haver transporte marítimo na região, não há também ciclovias em muitos trechos acompanhados pela reportagem, além de não ter integração com o transporte coletivo.

Além da rotina com fluxo intenso de veículos, há ainda acidentes que atrapalham ainda mais o trânsito. Em março, por exemplo, um ônibus quebrou na alça de acesso entre ponte e Beira-mar. O veículo ficou quatro horas no local. Já em junho a terceira faixa da Via-Expressa começou a funcionar, mas as alterações no local incomodaram os motoristas. Em julho, a maré alta atrapalhou o trânsito na SC-405. Em setembro, dois eventos simultâneos deixaram os motoristas horas na fila no sul da Ilha. Em novembro foram obra simultâneas das Secretarias de Mobilidade Estadual e Municipal de Florianópolis que incomodaram os motoristas.

Visto esses problemas, os secretários adjuntos da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade de Santa Catarina e também da Secretaria de Mobilidade e Planejamento Urbano de Florianópolis apontaram alguns estudos que estão em andamento no sentido de melhorar a mobilidade na região da Grande Florianópolis.

“Enquanto o carro for mais rápido que o ônibus, as pessoas vão optar pelo transporte individual. A gente precisa unir esforços e focar no transporte integrado e outras ações, e em uma gestão unificada não só do Estado, mas com os municípios também”, afirma Matheus Hoffmann, superintendente da Suderf – Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis.

Já o secretário adjunto de Mobilidade da capital, Marcelo Roberto da Silva, disse que, além de procurar alternativas de modais, a Prefeitura de Florianópolis tem focado no ônibus.

“A prioridade é o transporte coletivo, criarmos criadores exclusivos, são ações já sendo desenvolvidas e temos uma política de inserir as pessoa no transporte coletivo”, informou (veja a entrevista completa no vídeo acima).

Consequências
Além dos atrasos no trabalho, aula e outros compromissos, os congestionamentos podem causar problemas de saúde, segundo o psicólogo Alexandre dos Anjos.

“Pode acarretar em doenças psicossomáticas, dores de cabeça e até mesmo depressão e síndrome do pânico. De ter que acordar mais cedo para chegar mais cedo no trabalho já está com o sono desqualificado. Então, já não dormiu bem, já tá indo para o trabalho cansado”, alerta Alexandre. Ele dá algumas dicas para que a saúde não seja afetada elo estresse do trânsito.

“Se alongar, trabalhar a respiração, procurar se conectar coma natureza, procurar se desligar do momento estressante que passou é algo que facilita ou venha promover saúde e ter um dia um pouco mais suave”, orienta.

(G1SC, 28/11/2019)