20 set Vencedor do Prêmio Nobel da Paz visita Instituto Vilson Groh nesta sexta-feira
O economista britânico e vencedor de um Nobel da Paz, Benny Dembitzer, vai visitar nesta sexta-feira (20), o Instituto Vilson Groh (IVG), na capital catarinense. A entidade reúne organizações não governamentais que atuam em áreas de periferia da Grande Florianópolis e que são lideradas pelo padre Vilson Groh.
Dembitzer está em Santa Catarina onde fez uma palestra na Unisul, em Palhoça, nesta semana. Vai aproveitar a estadia para acompanhar o trabalho desenvolvido na região pelo IVG. O economista – que foi membro da equipe vencedora do Nobel da Paz do ano de 1985 – já conheceu a atuação dos voluntários catarinenses na África através da Associação Amigos da Guiné-Bissau.
A expectativa com a visita e o encontro é, quem sabe, firmar uma parceria.
“Uma importante construção da relação do bem comum e do direito aos mais empobrecidos na compreensão da paz como materialização da esperança e da justiça”, observa o padre Vilson.
Dembitzer é especializado em economia de países em desenvolvimento, particularmente do continente africano. Recentemente ele lançou uma nova obra, “The Famine next door: Africa is burning and the West is watching” (A Fome ao lado: a África está queimando e o Ocidente está assistindo).
“Nossas sociedades são altamente urbanas, metropolitanas e centralizadas. Não entendemos mais sociedades que estão em diferentes níveis de desenvolvimento e que países pobres não têm estruturas para enfrentar seus desafios. Precisamos ajudar através de parcerias reais em todos os níveis – não algumas injeções aqui e ali. O maior de todos é a mudança no planejamento e manejo da terra, e coloca a agricultura no centro do desenvolvimento”, disse o vencedor do Nobel da Paz.
Palestra em Palhoça
O economista britânico proferiu uma palestra na manhã de quarta-feira (18), durante a Semana de Pesquisa da Unisul, em Palhoça. Dembitzer se tornou um parceiro em discussões científicas sobre a realidade mundial com equipes da universidade da Grande Florianópolis.
Durante sua fala, nesta quarta, ele advertiu para as contradições do mundo, “que pede ao Brasil para cuidar da Amazônia, mas que é incapaz de adotar medidas para proteger o nosso planeta das ameaças ambientais e do grave risco de ficar sem alimentos, inclusive a água”.
“Atingimos o limite da hipocrisia, de acusar o Brasil de deixar queimar a Amazônia e, ao mesmo tempo, exigir-lhe maior produção de alimentos. É preciso frear o ímpeto dos que querem orientar o futuro do mundo sob a ótica de seus próprios interesses econômico-financeiros”, complementou o britânico.
(G1SC, 19/09/2019)