18 set Fórum Mundial conhece a experiência de Florianópolis Cidade Criativa UNESCO da Gastronomia
A Associação FloripAmanhã participou do Fórum Mundial da UNESCO que aconteceu na cidade de Parma, na Itália, nos dias 12 e 13 de setembro. A FloripAmanhã levou para o evento o case “Florianópolis Cidade Criativa UNESCO da Gastronomia”.
“Para nós de Florianópolis é muito importante participar deste fórum em Parma assim como participamos do fórum anterior no México”, diz a presidente da Associação FloripAmanhã, Anita Pires. “Significa um reconhecimento da UNESCO ao trabalho que vem sendo desenvolvido em Florianópolis e que nosso trabalho chama a atenção, pois temos sido chamados a apresentá-lo em diversas oportunidades em diferentes países”, destaca. A UNESCO está realizando em alguns continentes o que chama de “Fórum Mundial”, com o objetivo de reunir cidades que fazem parte da Rede de Cidades Criativas Unesco da Gastronomia, e também de fora dela, para discutir temas ligados à gastronomia.
De acordo com Anita Pires, o encontro na Itália reuniu em torno de 12 cidades da África, da Europa e da América Latina para debater a identificação de oportunidades e desafios ligados à alimentação. No Fórum, o tema principal foi “Cultura e Alimentação: Estratégias Inovadoras para o Desenvolvimento Sustentável”.
Outro objetivo foi o intercâmbio de cidades para encontrar e explorar caminhos inovadores para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que devem ser implementados por todos os países do mundo até 2030. Especialistas falaram sobre a questão da fome no mundo, da falta de alimentos, da questão da água no mundo, do desenvolvimento de cidades. Cada cidade apresentou seus cases sobre inclusão e alimentação, sempre com foco em alimentação e desenvolvimento.
Como foi a apresentação de Florianópolis
Florianópolis, de acordo com Anita Pires, apresentou a rede de universidades que fazem parte do Grupo de Trabalho da Rede e desenvolvem pesquisas ligadas a alimentação que tem dado sustentação ao programa Florianópolis Cidade Criativa UNESCO da Gastronomia com trabalhos acadêmicos. Foi apresentado o trabalho da Confraria da Gastronomia; o projeto de aproveitamento das cascas de marisco (rico em cálcio), que seria lixo, para se transformar em opção de alimento animal, ou ser usado no setor farmacêutico e dermatológico, que envolve a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Comcap e Epagri, ou ainda em tijolo na construção civil e o trabalho de artesanato.
Foi mostrado também o projeto do Senac, com os imigrantes, onde refugiados tiveram cursos de língua, sobre a cultura brasileira e preparação profissional para atuarem na área de alimentação. E também foi apresentado o projeto Reóleo, da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) para reciclagem de óleo, transformado em sabão e distribuído a instituições e comunidades pobres, além do trabalho do Observatório da Gastronomia.
“Cada cidade contribuiu mostrando iniciativas para minimizar a fome no mundo. Um exemplo muito tocante foi o do Congo, que fez uma colocação muito forte: para falar sobre miséria e falta de alimento o Congo é um exemplo, pois há milhares de crianças e idosos morrendo de fome’”. Segundo Anita, foi um grande aprendizado, especialmente os cases sobre aproveitamento de alimentos e processos inovadores na alimentação.
O Fórum foi organizado pela UNESCO, em colaboração com o governo da Itália e apoio da região de Emília-Romanha e do município de Parma. Durante o encontro foram analisados os vínculos entre comida, cultura e sociedade. Além da evolução da segurança alimentar e sistemas alimentares, e seu papel na implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Florianópolis Cidade Criativa UNESCO da Gastronomia
A capital catarinense integra um seleto grupo que compõe a Rede Mundial de Cidades Criativas da Unesco desde 2 de dezembro de 2014. Esta rede reconhece e apoia a criatividade como estratégia impulsionadora do desenvolvimento sustentável, por meio de parcerias mundiais. O título Cidade Unesco da Gastronomia gera visibilidade internacional e tem potencial para incrementar o setor turístico-gastronômico local, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e cultural da região.
Entidades integrantes do Grupo Gestor do Programa Florianópolis Cidade Criativa UNESCO da Gastronomia:
- Associação FloripAmanhã (coordenadora do Programa)
- Prefeitura Municipal de Florianópolis
- Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina/FECOMÉRCIO-SC,
- Serviço Social do Comércio de Santa Catarina/SESC-SC,
- Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de Santa Catarina/SENAC-SC,
- Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina/SEBRAE-SC,
- Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis/CDL Florianópolis,
- Instituto Federal de Santa Catarina/IFSC,
- Universidade Estácio de Sá/ESTÁCIO,
- Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina/CEART-UDESC,
- Universidade do Sul de Santa Catarina/UNISUL,
- Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC,
- Florianópolis e Região Convention & Visitors Bureau,
- Sindicato de Hotéis Restaurantes Bares e Similares de Florianópolis/SHRBS,
- Associação Brasileira de Bares e Restaurantes/ABRASEL-SC
A Rede Mundial de Cidades Criativas no Brasil e no mundo
A rede é composta por 180 cidades em 72 países. O Brasil possui oito cidades na Rede Mundial de Cidades Criativas da UNESCO nos diversos campos criativos: Belém/PA (Gastronomia), Brasília/DF (Design), Curitiba/PR (Design), Florianópolis/SC (Gastronomia), João Pessoa/PB (Artesanato e Artes Folclóricas), Paraty/RJ (Gastronomia), Salvador/BA (Música), e Santos/SP (Cinema).
Atualmente a Rede Mundial de Cidades Criativas, no campo da Gastronomia é composta pelas cidades de: Florianópolis (SC), Belém (PA), Paraty (RJ), Cochabamba (Bolívia), ChengDu, Macao e Shunde (China), Buenaventura e Popayán (Colômbia), Jeonju (Coréia do Sul), Burgos e Dénia (Espanha), San Antonio e Tucson (EUA), Rasht (Irã), Alba e Parma (Itália), Tsuruoka (Japão), Zahlé (Líbano), Enseada (México), Bergen (Noruega), Cidade do Panamá (Panamá), Östersund (Suécia), Phuket (Tailândia) e Hatay e Gaziantep (Turquia).
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
A agenda de desenvolvimento sustentável é formada pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que devem ser implementados por todos os países do mundo até 2030:
- Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares
- Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável
- Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
- Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos
- Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas
- Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
- Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos
- Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos
- Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação
- Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles
- Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis
- Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis
- Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos
- Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável
- Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade
- Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis
- Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável