Aprovado Projeto de Lei Complementar que prevê “Bocas de Lobo Inteligentes”

Aprovado Projeto de Lei Complementar que prevê “Bocas de Lobo Inteligentes”

Você já ouviu falar de “boca de lobo inteligente?” É uma caixa coletora instalado no interior dos bueiros, confeccionado em material termoplástico, que age como uma peneira, permitindo a passagem da água, mas retendo o material sólido como uma peneira. Essa realidade será possível a partir de agora na Capital.

Foi aprovado na Câmara esta semana o projeto de lei que visa tornar a obrigatória a instalação desse equipamento nos novos e atuais bueiros da rede de drenagem de águas pluviais das vias públicas da cidade. Conforme o texto do projeto, de autoria dos vereadores Marcelo da Intendência (PP) e Pedrão (PP), a ideia é combater enchentes e o acúmulo de lixo nos bueiros de Florianópolis, além de reduzir a poluição de rios, córregos e mares.

Esse projeto nasceu, segundo os autores, da necessidade de ter um meio ambiente melhor, por estar em uma Capital turística, cercados por várias praias, sendo que hoje muito plástico e lixo estão indo para os oceanos. “Eu fui Intendente dos bairro Ingleses e senti muito os problemas com os bueiros entupidos. Tivemos muitas vezes que usar um caminhão hidrojato para desobstruir quatro a cinco metros de drenagem. O custo de um caminhão operando um dia em uma rua é gigante para o município, então essas caixas coletoras nos bueiros da cidade, a curto prazo trazem uma grande economia financeira e ao meio ambiente,” ressalta Marcelo da Intendência.

Segundo a ONU setenta por cento do lixo que está no mar hoje, inclusive aqui de Florianópolis vem dos bairros e da região central pela vala de drenagem. “Em vários dias de chuva, eu já filmei os bueiros da cidade cheios e inevitavelmente esse lixo vai parar na Lagoa da Conceição, nos rios, córregos ou ainda nas nossas praias. Esse é um mecanismo barato, positivo tanto na questão ambiental e econômica,” destaca Pedrão.

Os bueiros das novas redes de drenagens das vias públicas deverão ser construídos de forma a permitirem a instalação do equipamento e os já existente nas vias públicas deverão ser adaptados ou substituídos, no prazo de oito anos.

Para a ativista Elisa Lorenzi, além da diminuição da quantidade de lixo retirado das praias, a iniciativa também será benéfica à população. “Não é só um detalhe da saída do que vai ao mar, mas do que a gente está consumindo,” afirma.

(CMF, 20/09/2019)