19 ago As mulheres que planejam e renovam os espaços públicos de Florianópolis
“Para vivenciar e propor intervenções de qualidade dirigidas à cidade contemporânea, é preciso perceber as suas mudanças e permanências. Urbanistas e arquitetos contribuem ao observar, pesquisar, registrar, documentar e elaborar diagnósticos que fundamentam, com responsabilidade e ética, propostas para os lugares em permanente mutação. A contribuição para a sociedade atual baseia-se, acima de tudo, nesse despertar de interesses e na necessidade de compreendermos as transformações dos espaços da cidade, processo em que há ganhos e perdas, buscando tomar decisões coerentes”, afirma Eliane Veras da Veiga, de 59 anos, arquiteta e urbanista, professora na área há 32 anos.
Eliane é também a autora do livro “Florianópolis: Memória Urbana”, que vai para a sua quarta edição e já se tornou referência para arquitetos, urbanistas, historiadores, arqueólogos, turismólogos, jornalistas, professores e para todos os que se interessam pelo tema. Segundo ela, o propósito do livro foi pesquisar sobre a cidade antiga, divulgar os valores da paisagem de referência cultural em meio à vida atual e com isso ajudar a contribuir para a elaboração de proposições ativas e modernas, buscando soluções de harmonia e continuidade. “Preservar o passado é, antes de tudo, cultivar um olhar responsável dirigido para o futuro”, destaca.
Atualmente, em parceria com o Instituto dos Arquitetos do Brasil, Eliane realiza visitas guiadas com grupos de profissionais interessados em conhecer mais sobre a história arquitetônica, urbana e estética da Capital. “As caminhadas pelo Centro Histórico contribuem para a valorização de aspectos significativos da memória e da história de Florianópolis, estimulando o debate e despertando para a participação de todos, o que faz com que mais pessoas se engajem, fomentando políticas e comportamentos responsáveis na área da cultura material e imaterial”, reflete a professora.
Para a acadêmica, o ideal é que todo professor difunda as informações e também produza conhecimento com seus alunos e colegas. Por isso, em suas aulas, Eliane sempre valorizou os percursos a pé que faz pela cidade com os seus alunos. “A educação patrimonial, a sinalização interpretativa, o restauro e a conservação preventiva, bem como as ações voltadas para a acessibilidade, contribuem para o despertar da afetividade e do interesse das pessoas pelos cenários de qualidade histórica, simbólica e plástica em que a vida acontece”, explica.
(Leia matéria completa em ND, 17/08/2019)