Nova descoberta adia prazo de entrega do Largo da Alfândega, em Florianópolis

Nova descoberta adia prazo de entrega do Largo da Alfândega, em Florianópolis

Foram adiadas novamente as obras de revitalização do Largo da Alfândega, em Florianópolis. O novo prazo de conclusão é para outubro deste ano. Durante as escavações, foram encontrados mais objetos e construções, o que provocou a nova mudança no projeto original. Quando pronta, a obra deve ressaltar a história e o resgate do cotidiano antigo da Capital.

Um buraco foi encontrado, e nele pode estar escondida parte do porão de uma residência do século 19. De acordo com o arqueólogo, Fábio de Canto, foi uma encontrada uma estrutura de tijolos maciços, e argamassa onde foram utilizadas óleo de baleia e algumas conchas. “Nós chamou a atenção essa estrutura, por ela ter uma abertura e ser vazada na parte debaixo”, explica o arqueólogo.

A data precisa da construção ainda não é possível de ser confirmada, mas acredita-se ser anterior ao primeiro hotel com elevador de Santa Catarina, o “La porta” que era no mesmo local. “Eu falo para o pessoal da obra a importância de estarmos fazendo esse trabalho [acompanhamento arqueológico], para a história da cidade. Isso dará um outro significa a esta área. Muitas pessoas vem até aqui para relembrar a infância”, afirma Fábio.

O que realmente tem embaixo do solo somente uma análise mais detalhada irá revelar. Mas o que se sabe até agora é cada uma das descobertas, desde as pequenas até as maiores, são fundamentais para o resgate do cotidiano de um passado não tão distante e ainda muito presente em uma das regiões mais importantes para a história da criação do centro de Florianópolis.

O adiamento da conclusão de agosto para outubro é devido a nova descoberta que acaba deixando os processos mais lentos. De acordo com o engenheiro Frederico Amorim Dacoregio, trata-se de uma obra muito delicada pois é preciso integrar o novo com o histórico.

“Isso demanda muitos ajustes de projeto, é constante termos que voltar ao escritório e fazer a melhor adequação para preservar o patrimônio histórico e entregar a obra com a qualidade necessária”, explica o engenheiro.

Novo prazo

Nesse momento o cronograma da obra cumpre a etapa de colocação dos paralelepípedos e das vigas que irão sustentar a estrutura metálica em homenagem as rendeiras. A base dos pontos de comércio já estão prontas e o engenheiro estuda como armazenar as bombas que serão utilizadas pelos espelho d’água. Além disso, aguarda a aprovação de uma alteração do projeto.

“A ideia era só recolocar o paralelepípedo. Nós detectamos que seria necessária fazer este reforço, então estamos aguardando a aprovação do comitê gestor da prefeitura para iniciarmos a pavimentação do largo”, explica Dacoregio.

Local histórico

O passado que até então existia só em fotos vai sendo revelado a cada movimento de máquinas da equipe que faz a revitalização do local. As primeiras descobertas foram os muros. Parte de dois deles agora estão aparentes e devem integrar o projeto arquitetônico.

São muros que protegiam o prédio da alfândega do mar, já que o oceano banhava todo o espaço. Os cais que davam suporte para a chegada dos barcos trazendo as mercadorias se desfizeram com o tempo, mas alguns pilares de madeira resistiram a ação do tempo e parte deles ainda está enterrada.

Assim como o chão batido, a estrutura parcialmente revelada foi a primeira a compor o caminho do entorno da alfândega, onde cavalos, carroças e pessoas circulavam e ficavam observando o mar.

Em meio a escavações e novas construções, parte do cotidiano do passado é encontrado em fragmentos. Vários pequenos pedaços de utensílios de cerâmica, de louça, algumas até com características açorianas e de garrafas foram encontradas e farão parte do acervo de estudos.

(Programa Balanço Geral, 17/07/2019)