Reparo em cobertura retrátil do Mercado Público ainda não tem prazo para ocorrer

Reparo em cobertura retrátil do Mercado Público ainda não tem prazo para ocorrer

A cobertura retrátil do vão central do Mercado Público, um dos cartões-postais de Florianópolis, permanece fechada mesmo em dias de sol. O motivo é que os comerciantes têm receio de abrir a estrutura e não conseguir mais fechá-la, já que o equipamento não recebe manutenção há dois anos.

Em abril, o Ministério Público estadual abriu inquérito solicitando informações à prefeitura, mas não obteve resposta. Segundo o promotor Daniel Paladino, outro ofício foi encaminhado à Secretaria de Obras há cerca de 20 dias, cobrando a pasta sobre a contratação de uma empresa para realizar os trabalhos de conservação ou a renovação do contrato com a empresa que já prestava o serviço. Caso não obtenha resposta novamente, o Ministério Público deve entrar com ação judicial contra a administração municipal.

O órgão também pediu à Defesa Civil municipal uma inspeção para avaliar questões de segurança. Segundo o promotor Daniel Paladino, o laudo da Defesa Civil atestou que não há risco de colapso. “Mas como a estrutura está sem manutenção, não há garantia permanente”, informa o promotor.

Comerciantes reclamam
Inaugurada em julho de 2016, a cobertura custou R$ 4,2 milhões aos cofres públicos. Mas os comerciantes temem que esse investimento seja perdido, já que não recebe os cuidados preventivos necessários.

“Nosso ponto turístico está prejudicado. Será que vamos ficar mais um ano sem manutenção na cobertura? A prefeitura vai prorrogar isso até a próxima administração?”, questiona o presidente da Associação de Comerciantes do Mercado Público, Alexandre de Aguiar.

O objetivo da instalação era proporcionar mais conforto aos clientes que frequentam o local, que abriga cerca de 100 estabelecimentos comerciais e atrai milhares de turistas e moradores todos os dias. A cobertura tem um acionamento automático para abrir nos dias de sol, de muito calor ou no caso de ventos acima de 70km/h e fechar em dias de chuva.

“Agora nem abrimos mais, porque temos receio de que não seja mais possível fechar a cobertura. As roldanas estão emperrando, tem sujeira e limo, por isso preferimos nem mexer mais”, explica Aguiar.

Falta de pagamento
A última manutenção aconteceu em junho de 2017, quando a empresa Esphera Sul – que instalou o equipamento – interrompeu o serviço por falta de recebimento dos pagamentos.

Segunda consta no portal de transparência da prefeitura, a dívida com a empresa (referente aos meses de julho e dezembro de 2016) ainda não foi paga. O montante é de R$ 775.353,93 referentes à instalação do teto.

Por meio de assessoria, a prefeitura informou que continua pesquisando empresas que realizam esse tipo de manutenção pelo Brasil para poder lançar uma nova licitação, na modalidade menor preço. A administração municipal não disse até quando pretende realizar esse levantamento nem informou sobre a previsão para que a manutenção volte a ser feita.

(ND, 25/06/2019)