Radar aponta que parte do Forte de São Luís, em Florianópolis, pode estar soterrada

Radar aponta que parte do Forte de São Luís, em Florianópolis, pode estar soterrada

Um estudo contratado pela Prefeitura de Florianópolis a pedido do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) encontrou um “maciço” soterrado no local às margens da avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis, que na verdade pode se tratar das ruínas do que um dia foi o Forte de São Luís da Praia de Fora. O trabalho foi realizado com um radar de penetração de solo, conhecido como GPR, capaz de identificar a presença de estruturas arqueológicas abaixo da superfície.

Como se trata de um levantamento preliminar, a descoberta agora deve ser alvo de pesquisas mais aprofundadas, que vão analisar o material soterrado e a sua qualidade e validade para possíveis estudos históricos e arqueológicos. O plano do município é transformar o local em praça pública.

O forte, erguido por volta de 1771 às margens da Baía Norte, no governo de Francisco de Souza Menezes (1765-1775), tinha função complementar aos demais equipamentos de defesa da Ilha para proteger o acesso a então vila de Nossa Senhora do Desterro. Localizado próximo do também desaparecido córrego das Lavadeiras foi atuante também contra embarcações de contrabandistas que insistiam em atracar por ali.

Em 1841 a estrutura foi leiloada e desde então pouquíssimos registros apontam com certeza seu destino. Algumas correntes acreditam que foi demolido com receio de que a cidade caísse em poder dos revolucionários republicanos.

O avanço da cidade para aquele lado, juntamente com os aterros que distanciaram o local da beira do mar, no entanto, não trazem com precisão a destinação da estrutura em estilo abaluartado.

Documentos recolhidos pelo o arquiteto e pesquisador Roberto Tonera, incluindo manuscritos de autoria do engenheiro militar José Correia Rangel, dão uma ideia de como era a construção, composta por bateria de canhões e um Paiol da Pólvora, localizados junto ao mar, além de um Quartel da Tropa, Casa do Comandante e Cozinha, situados numa única edificação próxima ao córrego. São Luis também dá nome à paróquia e à igreja existentes no bairro Agronômica.

(Confira matéria completa em ND, 15/04/2019)