01 abr Barco naufragado em Ingleses no século 17 era pirata, dizem pesquisadores
O barco naufragado no século 17 na praia de Ingleses, no Norte da Ilha de Santa Catarina, era pirata, segundo pesquisadores da ONG PAS (Projeto de Arqueologia Subaquática). A descoberta aconteceu em 2011, mas só agora foi revelada pela organização.
Segundo o historiador Amílcar D’Avila de Mello, a embarcação espanhola, chamada Nuestra Señora de Aránzazu, teria sido roubada no Peru e trazia uma tripulação de oito piratas ingleses, liderados por Thomas Frins. O barco integrava uma frota pirata composta por 900 homens, ingleses e franceses, que teriam saqueado colônias espanholas no Pacífico de 1684 a 1687.
Depois de se perder da frota e ser perseguido pelos espanhóis, Frins teria tentado voltar à Inglaterra pelo Atlântico, mas quando chegou a uma praia do Norte da então Vila de Nossa Senhora do Desterro, na Ilha de Santa Catarina, foi capturado pelo fundador da vila, o ex-bandeirante Francisco Dias Velho, que o prendeu e o mandou para Santos, no litoral paulista. Um ano depois da prisão, Frins voltou a Desterro e matou Dias Velho, no local onde hoje fica a Catedral Metropolitana, no Centro de Florianópolis.
O barco ficou abandonado em frente à praia e ficou se deteriorando até que afundou. O naufrágio está registrado nos livros de história como ocorrido na praia de Canasvieiras, mas supõe-se que toda a região, incluindo a de Ingleses, era chamada assim.
O episódio não só marca a história da Capital como evidencia a importância histórica dessa descoberta, que ocorreu quase por acaso, quando o pescador submarino Alexandre Viana encontrou uma botija antiga na parte rasa do mar, em Ingleses, em 1989, 320 anos após o ocorrido.
(Confira matéria completa em ND, 30/03/2019)