01 mar Comunidade apoia recategorização do parque da Lagoa do Peri, em Florianópolis
Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 28/02/2019)
Em audiência pública realizada nesta quarta-feira (27), a comunidade do entorno do Parque da Lagoa do Peri manifestou apoio ao projeto encaminhado pela Prefeitura de Florianópolis que prevê a recategorização para MONA (Unidade de Conservação Monumento Natural Municipal). De modo geral, os moradores consideraram que a alternativa é a opção que melhor compatibiliza a preservação da área – que passa de 1.959,59ha para 4.274,49ha – com a proteção da população tradicional.
“A alternativa supre todas as necessidades, qualquer outra decisão pode comprometer o abastecimento do Sul da Ilha”, alertou o biólogo Matheus Haddad, que também destacou a discussão realizada nos últimos dois anos pelo conselho consultivo do parque. A professora Talita Goes, do Observatório de Áreas Protegidas da UFSC, foi na mesma linha, ao dizer que uma decisão diferente, menos restritiva, pode levar a uma “ocupação desenfreada” da região. “Não podemos abrir mão para uma categoria mais abrangente, como de uso sustentável”, opinou.
Em nome do ICMbio, Marcelo Silveira também considera a recategorização proposta pela Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente) como melhor alternativa. “É uma oportunidade de corrigir o passivo em relação às famílias tradicionais”, disse.
A regulamentação é uma adequação ao SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), criado por lei federal no início dos anos 2000, que prevê áreas de proteção integral, mais restritivas, e de proteção sustentável, menos rígidas. O MONA está enquadrado no primeiro grupo, mas permite a propriedade privada.