Vereador pede mais tolerância com atividades culturais na região Leste da Praça 15

Vereador pede mais tolerância com atividades culturais na região Leste da Praça 15

Da coluna de Carlos Damião (ND, 23/01/2019)

Tão logo soube do ocorrido no domingo (20) à noite, na área onde fica o bar Taliesyn (Rua Victor Meirelles), o vereador Vanderlei Farias (Lela), do PDT, solicitou uma audiência com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Araújo Gomes, para discutir o papel da PM na questão de eventos culturais, em especial os realizados no Centro Histórico. Lela entende que o problema é da municipalidade, ou seja, da prefeitura, e não de intervenção policial. No domingo, policiais agiram com violência desmedida contra um grupo de pessoas que deixara o bar – especializado em rock – e estava concentrado na calçada, cantando músicas de MPB. A truculência foi tamanha que integrantes de uma banda gaúcha foram feridos com balas de borracha. Fato que alcançou repercussão nas redes sociais e na mídia nacional (o respeitado portal Sul 21 divulgou ampla matéria sobre o assunto).

Lela conseguiu ser recebido pelo comandante da 1ª Região da PM, tenente-coronel Marcelo Pontes, junto com um grupo de produtores culturais e empresários do ramo de entretenimento.

Conforme a cineasta Cintia Domit Bittar, em relato no seu perfil do Facebook, o tenente-coronel informou que há um inquérito policial em andamento para apurar os fatos. Cintia, que testemunhou a violência policial de domingo, observou ainda: “Falamos muito sobre a importância da efervescência cultural estimulando a presença de pessoas na região Leste da Praça 15 e do diálogo necessário com o Legislativo, com o Executivo, com a PM-SC, com comerciantes e produtores culturais, com moradores e, claro, com a sociedade”.

O vereador ressaltou que ruídos urbanos, por se tratar de questão ambiental, devem ser abordados pela área específica da prefeitura (Floram), e não pelas autoridades policiais. “Polícia, só em último caso.  Acredito no diálogo, na busca de soluções positivas e prevenção da violência”, completou. Lela vai acompanhar de perto a situação, conversando diretamente com os empresários que, depois de muitos anos, conseguiram reconstruir a vida cultural na região, degradada pelo abandono oficial, depois que o Terminal Cidade de Florianópolis foi desativado (2004). “É importante que essas atividades sejam estimuladas e apoiadas,  justamente porque enriquecem o Centro Histórico”, finaliza.