09 jan Boi de mamão também deve ser registrado como patrimônio cultural de Florianópolis
Da Coluna de Carlos Damião (ND, 08/01/2019)
Depois da inscrição do terno de reis como patrimônio cultural imaterial e intangível de Florianópolis, o próximo passo deve ser o processo de registro do boi de mamão, outra herança de origem luso-açoriana que se mantém viva na Capital e outros municípios litorâneos. A professora Roseli Pereira, superintendente da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, lembrou no ato de reconhecimento do terno de reis, assinado pelo prefeito Gean Loureiro no dia 4 de janeiro, que muitas comunidades acabam se dedicando às duas atividades folclóricas e, ainda, às festas do Divino. Ou seja, são culturas convergentes e complementares, cada qual com suas características.
O presidente do Conselho Estadual de Cultura, Marcondes Marchetti, observou para este colunista que o boi de mamão deve também ser estudado e discutido para se tornar patrimônio cultural e intangível do Estado, de acordo com critérios de pesquisa diferentes e mais rigorosos (o processo municipal é mais simples, embora também siga trâmites e formalidades pré-estabelecidas e respeitadas pelos órgãos encarregados do processo).
Marchetti ressalvou, no entanto, que é necessário aprofundar os estudos sobre a própria denominação dessa tradição cultural. Conforme o presidente do CEC, o boi de mamão teria, originariamente, o nome de “boi mamão” (ou seja, o bezerro), mas essa denominação acabou sendo vulgarizada ou deturpada. “Um reconhecimento dessa natureza, no plano estadual, deverá resultar de uma pesquisa muito apurada, porque há muitas controvérsias sobre o próprio nome da brincadeira”, acrescentou.