11 dez Vinda de transatlânticos a Florianópolis depende de investimento privado
Da coluna de Ânderson Silva (NSC, 11/12/2018)
O navio MSC Seaview, maior transatlântico da história a navegar em águas brasileiras, foi atração ontem na orla de Balneário Camboriú. Trouxe a bordo 6,2 mil pessoas de 14 nacionalidades diferentes, entre passageiros e tripulantes.
O gigante, lançado na última temporada europeia pela companhia de cruzeiros, tem 323 metros de comprimento e 18 andares _ dois a mais do que o MSC Preziosa, que veio no verão passado e havia sido, até então, o maior transatlântico a fazer escala em Santa Catarina.
A vinda do navio tem um componente simbólico. Recém incluída no disputado mercado dos destinos de transatlânticos, Balneário Camboriú já tem a segunda melhor média de descida de passageiros no Brasil (68%), atrás apenas do Rio de Janeiro, e um índice de aprovação perto dos 100%, que atrai novas linhas.
À espera do píer
Modelo semelhante é aguardado em Florianópolis, que as companhias de cruzeiros têm interesse em operar. O empresário Júlio Tedesco, do Atracadouro Barra Sul, discute fazer em parceria com a MSC um “workshop” para empresários interessados em investir no receptivo de cruzeiros na Capital. Ele se colocou à disposição para indicar os caminhos a novos investidores.
Em Balneário o investimento privado ao longo dos anos, contanto com licenciamentos e projetos, foi de R$ 20 milhões. Nesta temporada, a expectativa de retorno para a cidade é mais que o dobro: R$ 42 milhões.
_ Florianópolis não é só um sonho da MSC. Tem um apelo muito grande junto aos nossos hóspedes. Fizemos escala teste, batimetria. O que estamos aguardando é investimento em um píer _ disse Márcia Leite, diretora de operações da MSC no Brasil.
Atenção ao vento
Geraldo Barreto, técnico em regulação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) em Florianópolis, diz que o problema a ser enfrentado na Ilha é o vento. O local para o fundeio dos navios precisa ser abrigado, para que o translado dos passageiros até terra firme ocorra em segurança. Canajurê, onde há expectativa de construção de um atracadouro, é uma boa opção porque se trata de área protegida. A obra deve ser feita pela administração de uma marina da Capital.