Turismo de observação de baleias terá regras para não importunar animais em SC

Turismo de observação de baleias terá regras para não importunar animais em SC

Da Coluna de Ânderson Silva (NSC, 21/12/2018)

Assinada esta semana, em Brasília, a portaria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) que regulamenta o turismo embarcado de observação de baleias, em Santa Catarina, é o primeiro passo para a retomada da atividade no Estado. O documento, que ainda precisa ser publicado em diário oficial, lista uma série de regras que deverão ser seguidas para que SC possa oferecer aos visitantes a possibilidade de ver de perto as baleias-francas.

​Entre elas, a distância mínima entre os barcos e os animais, ponto central da discussão que levou a Justiça a suspender a atividade no Estado, em 2013, em resposta a uma ação civil pública movida pela ONG internacional Sea Sheferd. A aproximação excessiva é perigosa e pode estressar os animais, que vêm a SC em período reprodutivo.

As regras estabelecem distância mínima de 120 metros e limitam as visitações a quatro vezes por semana, um barco de cada vez. O mesmo local não pode ser visitado mais do que duas vezes por dia, e o período máximo de observação é de 30 minutos para cada baleia ou grupo.

Os barcos precisam estar cadastrados no Ministério do Turismo, e o mais importante: cada viagem terá que ter um observador de bordo _ profissional especializado que ficará responsável por monitorar o cumprimento das regras e levantar dados sobre possível impacto ambiental.

Recorde
A próxima temporada turística de observação da baleia Franca na costa começa em 15 de agosto, e termina em 5 de dezembro de 2019. Este ano o sobrevoo da região da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca registrou recorde histórico em avistamentos: mais de 280 francas no Litoral catarinense.

Plano de Manejo
Junto com a portaria do ICM Bio que regulamenta o turismo de observação de baleias, também foi formalizado o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, que inclui a costa e parte do território das cidades de Imbituba, Garopaba e Laguna. O texto foi publicado nesta quinta-feira no Diário Oficial da União.

O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, disse que a medida garante segurança jurídica ao berçário da baleia franca na região Sul. Há áreas de refúgio ecológico, dentro da APA, onde não será permitida a visitação a bordo. O santuário proibido fica entre a Praia da Ibiraquera e a Praia da Ribanceira.