17 set A arte de viver bem
Da Coluna de Moacir Pereira (NSC, 17/09/2018)
Durante os sete dias em que a missão da Fecomércio percorreu vários municípios da Republica Tcheca, liderada pelo presidente Bruno Breithaupt e pelo vice Francisco Cristiani, múltiplas informações foram transmitidas por autoridades e empresários de diferentes setores, com ênfase para o ramo cervejeiro.
Fatos e constatações importantes ficam na memória. A primeira delas: a efervescência cultural de Praga. É música e teatro em todos os cantos, excepcionais prédios históricos com diversos estilos arquitetônicos, esculturas centenárias com ricas concepções artísticas espalhadas pela cidade, a presença de escritores e compositores, lidos e ouvidos em todo o mundo, como Kafka e Mahler.
A típica gastronomia é valorizada em milhares de restaurantes, existentes em todas as principais ruas e praças, quase sempre ocupando parte das calçadas para as alegres celebrações de frequentadores.
Circular a pé, o prazer do deleite de um museu a céu aberto. De metrô ou de VLT, outra prova de que o transporte public de qualidade evita congestionamentos.
Longas horas no Castelo de Praga, rápida passagem pela multidão na Ponte de Carlos, o olhar fixo durante minutos nas riquezas artísticas da Catedral de São Vito, no excepcional “art déco” do Municipal House e na linda Igreja Nossa Senhora da Vitória, onde os devotos de concentram no altar lateral, orando ao Menino Jesus de Praga.
A cerveja está presente em todas as mesas. Quase sempre em canecos de meio litro, vidro grosso. Tulipas são raras.
O povo tcheco contamina os visitantes no saborear a cerveja. É um ato de celebrar com a família e com os amigos ou motivo para negócios.
É uma tradição cultural que os tchecos repetem há mais de mil anos. A cerveja para eles é motivo de orgulho nacional, uma espécie de símbolo da pátria. Pela qualidade, quem toma um gole fica com o gosto de “querer mais”. Todos bebem, bebem muito, mas ninguém viu tcheco ou turista caindo pelas ruas. Quando muito, jovens alegres se divertindo.
O diplomata André Kasina, que acompanhou a delegação catarinense durante toda a programação, é um tcheco culto e generoso, que viveu os horrores do comunismo na ex-Tchecoslováquia, depois em Cuba e na Venezuela. Lembrava a fraterna atitude tcheca no consumo de cerveja: “A gente bebe cerveja para celebrar, para subir, se elevar; não para cair”.
Praga, a maior cidade tcheca, é uma cidade sem estresse.